São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996 |
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Bertolucci investe no menor
INÁCIO ARAUJO
Bernardo Bertolucci investe na desproporção entre aquele ser minúsculo e a magnitude da carga que assume. Essa desproporção marcará a história de Pu Yi, como um homem a quem parecem ter sido reservadas apenas as dores do poder. Se há modernidade neste filme, consiste naquilo em que cada um de nós pode se identificar a Pu Yi: num tempo de mudanças vertiginosas, a toda hora os códigos mudam mais do que nossa capacidade de acompanhá-los. Como Pu Yi, todo homem é, hoje, uma espécie relíquia em meio a transformações que o apequenam, às voltas com a necessidade de compreender algo que ultrapassa sua capacidade. É a essa realidade que Bertolucci comtrapõe, também, um valor seguro: o espetáculo, algo que de algum modo está acima da dor de existir. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: NOITE ILUSTRADA Índice |
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