São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996
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Gere é otário do filme

PV
DA REDAÇÃO

Num filme de 130 minutos em que quase todas as sequencias têm Richard Gere em cena, deve-se pensar bem antes de rodar a catraca. Admita-se seu esforço, mas não há meio dele se livrar da canastrice que transparece a cada esgar.
Deve ser involuntário. Em "As Duas Faces de um Crime", Gere, que lembra muito Wanderley Luxemburgo, é o advogado de defesa Martin Vail. Manipula um jornalista e vive a seduzir uma colega, a quem vai enfrentar no caso do assassinato do arcebispo de Chicago.
O plano da disputa no tribunal é o principal do filme, com Vail sendo repreendido pela juíza (negra e que gosta de enxugar um uisquinho no recesso) por dar menos atenção ao cliente que a si próprio.
O cliente, Aaron Stampler, é um ex-coroinha que foge do local do crime e tem sangue do arcebispo em suas roupas.
Na cadeia, Vail ensina expressões faciais para Stampler parecer inocente. Uma série de descobertas de sua equipe vai mostrar que o prelado era pervertido, o chefe da promotoria tem interesses escusos e o réu tem dupla personalidade. O melhor do filme, contudo, é saber que Gere, ao final, é quem faz o papel de otário.

Filme: As Duas Faces de um Crime
Produção: EUA, 1996
Direção: Gregory Hoblit
Com: Richard Gere, Laura Linney, Edward Norton
Onde: Astor, Top Cine e circuito

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