São Paulo, sábado, 1 de junho de 1996
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Polícia prende funcionário e PM acusados de matar travesti

Gilmar Felismino, 20, disse que Brenda Lee o assediava

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu ontem de madrugada os irmãos Gilmar Dantas Felismino, 20, e José Rogério de Araújo Felismino, 20, acusados de matar o travesti Cícero Caetano Leonardo, 48, conhecido como Brenda Lee.
Gilmar era funcionário, havia três anos e meio, da Casa de Apoio Brenda Lee, que cuidava de doentes de Aids. Segundo algumas pessoas próximas a Brenda, ela e Gilmar mantinham um caso amoroso havia cerca de dois anos.
Brenda sumiu na segunda-feira à noite e foi encontrada na madrugada de quarta-feira em um matagal na divisa de São Paulo e Mairiporã, morta a tiros.
A polícia acredita que a arma utilizada no crime era de José Rogério, que é Policial Militar.
Gilmar assumiu o crime, mas negou que tivesse um caso com o travesti e disse que vinha sendo assediado por ela.
"Estava atormentado, ela ameaçou contar isso para a minha noiva, que está grávida de dois meses, e para a minha família."
Gilmar contou que ligou para Brenda na noite do crime, pedindo o carro emprestado para levar o irmão a Mairiporã, onde a matou.
Ele confessou ainda ter adulterado um cheque de R$ 950,00, dado por Brenda a ele como pagamento, para R$ 2.950,00. "Eu queria sair do emprego e aproveitar para ganhar um dinheirinho."
Na segunda-feira à tarde, Brenda havia prestado queixa à polícia acusando Israel Antônio Cintra Corrêa, 27, voluntário da casa de apoio, de ter adulterado o cheque.
O cheque havia sido depositado por Gilmar na conta de um vizinho, chamado Israel Estevam Gomes, causando o mal-entendido.

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