São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996 |
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Petista privilegia cidade em que disputa prefeitura
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
O convênio, no valor de R$ 1,79 milhão, foi assinado no final do ano passado, e a obra, iniciada em 29 de março, está em andamento. Metade do custo da obra será coberto pelo Banco Mundial, um quarto pelo governo de Minas, e o restante, pela Prefeitura de Ipatinga, cidade no Vale do Aço, a 218 quilômetros de Belo Horizonte. A emenda de Ferramenta destina R$ 140 mil para a construção da avenida e a canalização de quatro córregos na cidade. A assessoria do deputado, em Brasília, declarou que a emenda foi apresentada a partir de solicitação da própria prefeitura, em ofício de 25 de outubro de 1995. Para a construção da avenida e a canalização dos córregos, o deputado solicitou R$ 14,7 milhões, segundo o custo total previsto pela prefeitura da cidade. Na proposta final votada pelo Congresso, esse valor foi reduzido para R$ 140 mil, ou menos de 1% do que foi pedido. Outras quatro emendas apresentadas pelo deputado também beneficiam Ipatinga, onde Ferramenta concorre à prefeitura nas próximas eleições. Prefeito entre 1988 e 1992, Ferramenta teve 33.256 votos para deputado federal em 1994 em Ipatinga, cidade onde foi mais votado. Segundo sua assessoria, duas das emendas do deputado, que destinavam um total de R$ 230 mil para o hospital regional de Ipatinga, foram canceladas pelo Ministério do Planejamento no "Diário Oficial" de quarta-feira passada. Mais votado As emendas de Ferramenta também beneficiam mais duas cidades do Vale do Aço nas quais ele foi o mais votado: Timóteo (11.104 votos, ou 49% dos total válido para deputado federal) e Coronel Fabriciano (10.131 votos, ou 33%). Os recursos previstos nas emendas de Ferramenta para Ipatinga são insuficientes para a realização das obras às quais são destinados. Segundo o secretário municipal de Planejamento de Ipatinga, Leônidas Prates Lafetá, os R$ 105 mil destinados para habitação popular daria apenas para a aquisição de material para a construção de 15 casas, a R$ 7.000 cada uma. Segundo Lafetá, a prefeitura precisaria de R$ 1,35 milhão para poder atender ao déficit habitacional de 2.000 casas no município. Lafetá disse que, apesar de o valor ser insuficiente, a prefeitura está tentando a liberação dos recursos pelo governo federal. "Bebe água limpa quem chega na frente. Quer dizer, essa é uma abertura para conseguir os recursos restantes. Quem for mais eficiente, recebe as verbas", disse. Ele afirmou que, se o governo liberasse R$ 40 mil, já daria para construir uma quadra poliesportiva na periferia de Ipatinga, como está previsto no Orçamento. Texto Anterior: Clientelismo pulveriza verbas da União Próximo Texto: Obras paradas torram R$ 15 bi Índice |
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