São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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OZÔNIO, URGENTE

Sol é vida, mas, sob determinadas condições, ele pode tornar-se morte. Na ausência de ozônio (uma variedade alotrópica do oxigênio) nas camadas mais altas da atmosfera, os raios ultravioleta b (UVb) emitidos pelo Sol chegariam facilmente -e com efeitos devastadores- à biosfera.
E essa camada de ozônio está sendo destruída devido à ação humana. Gases de larga aplicação industrial como os clorofluorcarbonos (CFCs) têm a propriedade de reagir com o ozônio, destruindo-o. E é exatamente o que está acontecendo.
Surge, porém, uma boa notícia. Estudo publicado na "Science" feito por pesquisadores da Administração Nacional de Oceanos e da Atmosfera dos EUA (Noaa) mostra que os esforços mundiais para a redução do uso dos CFCs vêm surtindo efeitos. Em 1994 a concentração desses gases era de 3.025 partes por trilhão. Em 95, baixou cerca de 25 partes por trilhão.
Segundo os pesquisadores, a camada de ozônio deverá aumentar a partir de 97, mas nas áreas mais críticas como a Antártida o início da recuperação deverá demorar uma década.
E que ninguém se iluda quanto aos efeitos do UVb sobre a vida. Ele causa câncer de pele, imunossupressão, mutações genéticas e catarata, entre outros males. Em algumas regiões mais austrais os problemas já surgem: animais mutantes e cegos, aumento da incidência de melanomas e morte de plantações.
No sul da Austrália, na Nova Zelândia e mesmo no sul de nosso subcontinente, os níveis de radiação aumentaram tanto que a população, predominantemente branca, já não ousa sair ao sol sem chapéu, roupas longas e muito filtro solar.
A pesquisa deixa claro que os até agora tíbios esforços da humanidade para reduzir a utilização de CFCs vêm dando resultados. Não resta a menor dúvida, assim, de que este é o caminho a seguir, e com mais empenho.

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