São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996 |
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Crise da Previdência Social é um problema de emprego Aposentadoria não é a única a causar impacto negativo JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
É o que indicam as séries estatísticas do trabalho "Tendências Demográficas", divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), durante seminário no Rio de Janeiro. Ele consolida dados do Censo de 91. Na última década, a força de trabalho do país cresceu duas vezes mais rápido do que a população brasileira em geral. Entre 80 e 91, o número de pessoas em idade de trabalhar (entre 15 e 64 anos) cresceu 3%, contra 1,4% do total da população. Isso fez com que diminuísse a taxa de dependência. Em 1980, para cada 100 pessoas em idade de trabalhar havia 73 dependentes (menores de 14 anos ou pessoas em idade de aposentadoria). Em 91, esse número caíra para 65. Esse fenômeno demográfico, em tese positivo, não tem tido a influência que poderia nas contas da Previdência. A explicação é que a força de trabalho potencial do país não tem encontrado suficientes empregos com carteira assinada. O aumento do desemprego e a diminuição da parcela da população integrada ao mercado de trabalho formal têm um impacto negativo sobre o volume de contribuições ao INSS, que cresce num ritmo insuficiente para atender a demanda de gastos da Previdência. O aumento da fatia da população em idade de trabalhar aponta para outro problema. A pressão por emprego deve aumentar quando a tendência mundial do mercado de trabalho é diminuir. Texto Anterior: Empresário nega acusação Próximo Texto: Tembés declaram guerra a ocupantes de reserva no Pará Índice |
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