São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Poupança tem ganho real inferior a 0,5%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Dicas
1 Pequeno investidor deve evitar os CDBs
2 Prefira os fundos de renda fixa.

Os investidores em cadernetas de poupança perderam da inflação em maio e há poucas perspectivas de recuperação em junho.
As cadernetas renderam 1,0917% em maio, contra uma inflação (IGP-M) de 1,55% no mesmo período. A perda em relação à inflação foi, portanto, de 0,45%.
A estimativa mais alta de rendimento das cadernetas de poupança em junho -realizada pelo Banco Real- é de 1,44%. O Banco Pontual trabalha com uma estimativa de inflação (IGP-M) de 1,10% para este mês. Isso significa ganho real (acima da inflação) de 0,34%.
O ganho real deverá ficar, portanto, em junho, abaixo do tradicional 0,5% propiciado historicamente pelas cadernetas, afirma José Dutra Vieira Sobrinho, professor de matemática financeira.
O poupador tem como alternativa para o mesmo prazo o fundo de renda fixa de 30 dias, que projeta rentabilidade líquida (após impostos) de 1,57%, com expectativa de ganho real de 0,46%.
Fundos de 60 dias
No mercado de renda fixa, o investidor precisa deixar os recursos aplicados em fundos de investimento de 60 dias para ter rentabilidade real acima de 0,5%.
A projeção do Banco Real de rentabilidade líquida para os fundos de 60 dias é de 1,66% em junho, o que significaria um ganho real de 0,55% no mês.
Os grandes investidores (quantias acima de R$ 100 mil) poderão conseguir no mercado uma rentabilidade de 1,77% nos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários).
O pequeno investidor deve preferir os fundos de investimento aos CDBs. As tabelas, nas agências bancárias, de juros de CDBs registram para pequenas quantias (R$ 1 mil, por exemplo) rentabilidade inferior a 50% da taxa do mercado.
Curto prazo
Para quem precisa do dinheiro em prazo inferior a 30 dias, a alternativa é o fundo de curto prazo (conhecido como fundão), que propicia retirada diária com rendimento.
A rentabilidade dos fundões é bastante reduzida. O mercado projeta rendimento médio de 0,66% para os fundões em junho.
O dólar no paralelo e o ouro têm sido péssimas aplicações. Sobram dólares na economia e as expectativas no mercado futuro são de desvalorização cambial de 0,6% para junho, abaixo, portanto, da estimativa de inflação de 1,1%.
As aplicações em Bolsas de Valores foram o destaque do mês de maio. O índice Bovespa (da Bolsa de Valores de São Paulo) registrou alta de 10,92%, seguido pelo indicador Senn (Rio) com 10,44%.
O mercado acionário é de risco, ou seja, varia de acordo com a conjuntura econômica e política.

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