São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Jovens são contra a proposta do governo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A voluntária Ana Paula Serrata Malfitano, 17, não acredita no sucesso do serviço civil obrigatório. Acha necessário "uma conscientização das pessoas que vão participar desse tipo de atividade. Afinal, "fazer trabalho social sem vontade não funciona", diz ela.
Ana Paula acrescenta a possibilidade de funcionários perderem seu emprego diante da mão-de-obra dos jovens recrutados.
Ela atua no Aptateen, projeto criado pela Associação para Prevenção e Tratamento da Aids especialmente para atrair a participação de adolescentes em campanhas de prevenção da Aids. A voluntária distribui na rua folhetos informativos sobre a doença, além de camisinha e treinamento em escolas. Por fora, faz atividades de recreação com crianças de uma favela. Vinícius Tortes Fernandes, 19, no projeto Aptateen há um ano e meio, diz ser contra o serviço obrigatório e acha que o governo deveria incentivar a cidadania por meio da educação. "Nem o serviço militar deveria ser obrigatório. Quando eu tinha 17 anos, fui procurar emprego e ninguém queria me contratar porque eu estava em idade de servir ao Exército."
Perla de Oliveira Rossetti, 18, foi "conquistada" há dois anos, durante uma palestra na escola. Além dela, outros 19 alunos passaram a fazer trabalhos voluntários para o Aptateen. Atualmente, seis deles continuam atuando regularmente; os outros mantêm um contato esporádico.
"Assim como eu, outros jovens poderiam ser estimulados para participar desse tipo de serviço. O governo deveria fazer campanhas educativas", diz Perla. "O serviço civil é legal, a obrigatoriedade é o problema", completa.

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