São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Primeiro teste será no fim do ano

DA REPORTAGEM LOCAL

O "provão" -prova de conclusão do terceiro grau criada pelo Ministério da Educação para avaliar a qualidade dos cursos- foi adiado para outubro ou novembro deste ano.
Vão fazer a prova neste ano os formandos dos cursos de direito, administração e engenharia civil. A partir de 97, a prova passa a ser feita entre maio e junho do último ano letivo.
A nota não vai constar do histórico escolar do aluno, mas é obrigatória. Quem não comparecer não recebe diploma.
O formato da prova ainda não foi definido. Segundo o coordenador do departamento de avaliação do MEC, Jocimar Archangelo, antes de decidir como será a prova é preciso definir o perfil ideal do aluno que está saindo da faculdade.
Para isso, estão sendo realizadas reuniões com as comissões de cursos nomeadas pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
As escolas particulares já estão preparando seus alunos para o exame. Na última quinta, a ABM (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) realizou seu segundo simulado do "provão".
Participaram 180 instituições particulares das áreas de administração, direito e engenharia civil.
O primeiro simulado foi realizado no fim de 95, para direito e engenharia elétrica.
A ABM não divulga notas por faculdade. Mas, entre as faculdades de direito, a média mínima foi 4,2 e a máxima, 6,1, revela o o presidente da associação, Edson Franco. Na engenharia, o desempenho foi pior: as notas variaram de 3,8 a 4,5.
Segundo Franco, o mau resultado se deve ao grande número de questões para pouco tempo de prova. Foram 80 testes para três horas.
Franco sugere que escolas com notas baixas no simulado façam aulas de reforço em julho.
A UNE (União Nacional dos Estudantes) planeja um boicote. "Não compareceremos ao exame ou entregaremos as provas em branco", diz o presidente da entidade, Orlando Silva Júnior, 25.
Para Silva, o provão vai transformar as faculdades em "cursões" preparatórios.
"Também vai desconsiderar as diferenças regionais. Um curso de engenharia elétrica com especialização em comunicação não pode ser comparado a outros cursos com outras especializações."
Ele diz que a UNE quer que a qualidade da universidade seja avaliada, mas de outras formas. "Somos a favor de uma avaliação da universidade que inclua a pós-graduação, qualificação dos professores e infra-estrutura."

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