São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Disco tira chorinhos cultuados do baú

DA REPORTAGEM LOCAL

Acontece hoje, às 21h, no Bar do Alemão (av. Antarctica, 554, Pompéia, zona oeste de São Paulo, tel 011/871-4745) a festa de lançamento do CD "Roda de Choro".
O disco traz clássicos do chorinho na interpretação de Luís Nassif, 46, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, que toca bandolim acompanhado pelo conjunto Nosso Choro.
"É um repertório de peças do fundo do baú", diz Nassif, comentando o CD, lançado pelo selo RGE.
"O disco tem choros cult, que foram pouco gravados e não são os mais populares."
Entre as composições resgatadas no trabalho está "Valsa Louca", composta nos anos 30 por Chico Neto, e "Subindo ao Céu", de Aristides Borges.
"Borges compôs essa valsa em 1908, no começo da formação da música brasileira instrumental", diz Nassif.
Boemia
Acompanhando o bandolim de Nassif está o grupo Nosso Choro: Zé Barbeiro (violão), Miltinho (cavaquinho, também responsável pelos arranjos), Stanley (clarineta), Bombarda (acordeão) e Marcelo (pandeiro).
"O único amador aí sou eu", diz Nassif, que começou a tocar bandolim aos sete anos de idade. Deixou o instrumento na adolescência.
Só retomou a música em 1974, quando começou a tocar em um grupo formado no Bar do Alemão, em São Paulo. "Foi o centro da boemia nos anos 70", diz.
Até 1981, tocava lá três noites por semana. O bar, conta, era frequentado por músicos como João Nogueira, Cartola, Paulinho da Viola, Carlinhos Vergueiro e Eduardo Gudin.
Passou a tocar esporadicamente dos anos 80 para cá. Em março deste ano, entrou em estúdio.
Não tem planos para um novo trabalho. "Da minha parte, esse disco é só um registro."
O show de lançamento do CD acontece em meados de junho na casa noturna Vou Vivendo, em São Paulo.
Depois, Nassif pretende tocar ainda em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília.
"Quero aproveitar para promover o choro, que está se transformando em um ritmo extraordinário no Brasil."
Para Nassif, o gênero está passando por um momento de revalorização. "Temos instrumentistas de padrão internacional. É uma questão de tempo para que o choro se firme como uma escola, imediatamente abaixo do jazz."

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