São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Por que Serra; Critérios de Covas; Limites do Real; Estatística, meios e fins; Privatização da Light; A marca Pareja; Assédio e hiprocrisia; ICMS sonegado; Vítimas da hemodiálise; Enciclopédia

Por que Serra
"O lançamento da candidatura de José Serra decorreu da consideração madura sobre alguns pontos fundamentais:
1) A importância central da eleição do prefeito de São Paulo no processo político brasileiro e na marcha do desenvolvimento do país;
2) A colocação da política como serviço público e responsabilidade social;
3) As qualidades pessoais de José Serra e seu passado de fidelidade democrática.
Com seus problemas, sua vitalidade e potencialidade, a cidade de São Paulo exige um administrador da maior qualificação. Por isso o partido tem o dever de apresentar um de seus homens públicos de maior competência.
De outra parte, é preciso ter presente a importância e a dignidade da vida pública. As decisões políticas não podem ser tomadas em função de vantagens e interesses menores.
Política é serviço público e, nos momentos difíceis e decisivos, quando há um apelo das bases e uma exigência de interesse público, a candidatura não é um direito pessoal. É convocação, e não simples convite.
Finalmente, e de certa forma em primeiro lugar, pesaram as qualidades pessoais e a competência.
Nascido na Mooca, com uma juventude de intensa participação no debate dos problemas nacionais, presidente da UNE, exilado por sua luta contra a ditadura, professor, administrador competente e sério, ministro, deputado, senador, eleito pelo povo de São Paulo com votações consagradoras, José Serra é candidato natural à Prefeitura de São Paulo."
Franco Montoro, presidente de honra do PSDB (São Paulo, SP)

Critérios de Covas
"Ao ver que o governador do Estado de São Paulo demitiu recentemente, de forma sumária, mais de cem colaboradores ligados ao PFL, gostaria que o sr. Mário Covas explicasse quais são os critérios utilizados para escolher os seus colaboradores..."
Alberto Murray Neto (São Paulo, SP)

Limites do Real
"Há um otimismo exagerado e falso em relação ao sucesso do Plano Real. O único sucesso é a relativa estabilidade de preços. Em contrapartida, os danos econômicos são imensuráveis.
Se os preços estão estabilizados, isso deve-se unicamente ao fato de que a economia está amordaçada."
Horácio Marques (Santos, SP)

"O grande desafio moderno está em resolver problemas como o desespero coletivo, a divisão de famílias, a fome, o aborto, as drogas, a corrupção, a Aids, o efeito estufa etc.
Estamos num ponto crucial, sendo necessário agir com rapidez e exatidão. Se quisermos o amanhã diferente, devemos tornar o hoje diferente."
Raul de Moraes Breves Sobrinho (Mogi das Cruzes, SP)

"A cidade pequena é engraçada. Ela é a síntese de todas as camadas sociais da cidade grande, com a diferença que todos convivem com todos. Com isto parece termos uma visão mais clara da situação geral em que vivem as pessoas.
Se o país melhorou com o Real, por que o Dener, que vende caldo-de-cana na praça, sem pagar impostos, está mais 'apertado'?
Por que a sinuca do Chico anda tão vazia? Por que o Zezé, empregado que ganha salário mínimo, me pediu dinheiro emprestado para pagar a conta da luz?"
Humberto Plínio Ribeiro (Montes Claros, MG)

Estatística, meios e fins
"Em artigo publicado na Folha em 26/4, ao comentar um artigo do deputado Antonio Kandir, o professor Ives Gandra da Silva Martins afirma que ele 'utilizou a estatística para suas conclusões, que é a ciência que torna científica a mentira'.
Além de lastimar o infeliz comentário do professor, cremos que ele cometeu um erro ao confundir meios e fins. O que está em jogo aqui não é a estatística, mas sim o seu uso inadequado por profissionais incompetentes ou mal-intencionados, fato que infelizmente ocorre em todas as áreas."
Pedro A. Morettin, presidente da Associação Brasileira de Estatística, e Julio M. Singer, diretor-científico do Centro de Estatística Aplicada (São Paulo, SP)

Privatização da Light
"Estranho este nosso país. O governo vende um bom negócio pelo valor mínimo de avaliação, o próprio governo adquire parcela mínima do mesmo e, de quebra, usa o dinheiro do contribuinte para financiar grupos privados a adquirir a empresa que, em última análise, era do contribuinte brasileiro."
Júlio Claudio de Alvarenga Diniz (Belo Horizonte, MG)

A marca Pareja
"Na rebelião de presos, o líder do motim, de uma hora para outra, resolveu mudar as regras do jogo aumentando as exigências.
E os espectadores exclamam: 'Esse Pareja é fogo mesmo!'
A exclamação revela a incapacidade de análise crítica e a indiferença aos dramas pessoal e social.
Se o governo quebra compromisso e aumenta o preço dos combustíveis para acudir mais uma ressaca dos usineiros; se volta à prática de um arcaico escambo político para conseguir mais votos para aprovar uma aparente reforma previdenciária -por que Pareja não pode querer carros mais velozes e armas mais potentes?
Isso não legitima, de forma alguma, as ações desse mal-explicado e pouco convincente Robin Hood tupiniquim.
Apenas podem ser a explicação para a aceitação popular desse emplastro que, tal qual outros tantos de fora da cadeia e existentes no mercado, não resiste à mínima investigação crítica, e tem simplesmente a marca Pareja."
Paulo Caputo, promotor de Justiça em Itajá (Itajá, GO)

Assédio e hiprocrisia
"Sobre a coluna de Marilene Felinto de 28/5, discordo da seguinte afirmação: 'Dificilmente o contrário -o assédio de uma mulher a um menino de 12 anos- teria o mesmo julgamento'.
Tal caso não iria a julgamento. Afinal, um menino que tivesse uma relação sexual com uma mulher maior de idade estaria apenas demonstrando ser um 'garanhãozinho', não é?"
João Paulo G. Leal (Campinas, SP)

ICMS sonegado
"Não existe crime de sonegação fiscal de ICMS pelo simples fato de não haver lei complementar exigida pela Constituição que o institua.
A atitude coativa tomada pela Fazenda e pela Justiça do Estado de São Paulo, ao prender empresários por sonegação fiscal de ICMS, contraria qualquer princípio de legalidade previsto na Constituição Federal."
Marcos Pereira Pimenta Rocha (Brasília, DF)

Vítimas da hemodiálise
"O professor José Aristodemo Pinotti faz referências ao episódio da hemodiálise em Caruaru de forma infeliz na edição de 18/5 (pág. 1-3).
Foi grande injustiça à atuação do secretário da Saúde de Pernambuco e de toda a sua equipe."
Antonio Vieira (Caruaru, PE)

Enciclopédia
"Quero parabenizar a Folha pela excelente iniciativa de publicação da enciclopédia ilustrada."
Fernando T. Antonio (Rio de Janeiro, RJ)

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