São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Mandela dá o ritmo na África do Sul

ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE
NA ÁFRICA DO SUL

Se não me engano, foi o Afonso Romano de Sant'Anna que contou, em uma crônica recente, que, impressionado com os relatos sobre a violência de Johannesburgo, ficou no aeroporto um dia inteiro com receio de, indo à cidade, ser atacado.
Com 47% de taxa de desemprego entre os negros, não é à toa que eles estejam um pouco irrequietos. Pior ainda, as mineradoras acolhem mão-de-obra estrangeira sem direitos trabalhistas. Grande parte desse desemprego é, portanto, mantido por uma conveniência com os ricos donos de minas.
E Mandela tem de administrar essa situação odiosa e corrigi-la progressivamente. Mas também há um pouco de propaganda nesse relato de violência. Há quem queira fazer crer que só o apartheid, o retrocesso, traria segurança.
O comentário de Sant'Anna não ajuda Mandela, nem a África do Sul, nem o seu povo. De fato, Johannesburgo apresenta problemas tão graves quanto o Rio de Janeiro ou Nova York. Mas muito menos sérios que Moscou ou Palermo.

LEIA MAIS sobre a África do Sul nas págs. 6-2 a 6-8

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