São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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PF quer criar 'sucursal' do FBI no Brasil

Polícia dos EUA ajudaria a treinar

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal pretende criar, em Brasília, uma "sucursal" da escola de aperfeiçoamento de policiais do FBI (Federal Bureau of Investigation, a polícia federal dos Estados Unidos).
Segundo o diretor da PF, Vicente Chelotti, os policiais norte-americanos poderão transmitir experiências no combate ao narcotráfico e gerenciamento de crises (rebelião em presídio, por exemplo).
A sucursal da escola do FBI poderá funcionar nas instalações da Academia Nacional de Polícia, em Sobradinho (cidade-satélite de Brasília).
A proposta, que ainda não foi acertada com o governo dos EUA, tem inspiração na escola de formação de policiais da Hungria, que tem membros do FBI no corpo permanente de professores.
Nesta semana, 45 policiais da PF e de polícias estaduais estão passando por um treinamento na Academia Nacional de Polícia sobre tráfico de armas, com agentes dos EUA.
Esses agentes são da ATF (Alcohol and Tobacco Firearms, organismo do Ministério da Justiça dos EUA). O embaixador dos EUA no Brasil, Melvyn Levitsky, participou ontem da abertura do curso.
Miami
Chelotti afirmou que aproximadamente 70% das armas apreendidas em contrabando no Brasil passaram pelo porto de Miami (EUA), embora sejam quase todas de fabricação chinesa e tcheca.
Os EUA querem que os policiais brasileiros descubram quem são os comerciantes norte-americanos que estão participando do contrabando. Com o número de série das armas é possível localizar por onde elas passaram nos EUA.
A PF não sabe dizer quantas armas foram apreendidas no ano passado, mas em uma só operação foram encontradas duas toneladas de equipamentos.
Como em geral essas armas são contrabandeadas em peças, não têm uso para a polícia. São entregues ao Exército, que tritura o material e vende como sucata.
Os governos dos EUA e do Brasil estão discutindo um acordo para o combate ao narcotráfico. Hoje, a PF e o FBI trocam informações de modo informal. Com um acordo, afirmou Chelotti, as informações teriam valor de prova na Justiça.

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