São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Casa para todos custa US$ 100, por pessoa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As piores favelas do mundo podem se tornar comunidades habitáveis com um investimento de US$ 100 por pessoa, o envolvimento da comunidade e uma política governamental eficiente, segundo dados do Banco Mundial.
"O envolvimento da comunidade, tanto no planejamento como na manutenção dos projetos urbanos, é a chave para o sucesso", disse Ismael Serageldin, vice-presidente do Desenvolvimento Ambiental do Banco Mundial.
A análise do banco coincide com a avaliação da ONU, que sugere soluções alternativas e mais baratas para a implantação de serviços básicos para populações carentes.
Práticas mais baratas de infra-estrutura básica custariam cerca US$ 83, por pessoa na África e US$ 116 na América Latina, o que significa, aproximadamente, um quarto do custo médio desses serviços nos padrões de países desenvolvidos.
Serageldin disse que as cidades mais desenvolvidas estão optando por serviços de alto custo e impedindo o acesso de populações de baixa renda a eles.
O documento divulgado pelo Banco Mundial diz que cerca de 220 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e estima ainda que 420 milhões vivem sem saneamento básico.
A situação deve se agravar com o aumento da demanda futura. A entidade prevê que a população urbana sem serviços básicos possa chegar 1,4 bilhão no ano de 2010.
Entre 30% e 70% das grandes cidades em países em desenvolvimento são pobres, diz ainda o documento. Nas principais cidades da Índia, por exemplo, mais de 50% dos habitantes vivem em lugares lotados e que oferecem riscos à saúde e segurança dos moradores. Os habitantes não contam com serviços básicos como água, esgoto ou coleta de lixo.
Segundo Serageldin, as cidades poderiam adotar soluções rápidas e de baixo custo que resolvessem problemas imediatos. Como exemplo, ele cita o acesso à água potável em uma distância que pudesse ser percorrida a pé.
Segundo o documento oficial do Banco Mundial, cerca de US$ 25 bilhões foram emprestados para mais de 5.000 cidades em todo o mundo. A entidade deve conceder mais US$ 15 bilhões para projetos urbanos nos próximos cinco anos.

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