São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Telefonia celular atrai investidores estrangeiros

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

A setor de telecomunicações, sobretudo o segmento de telefonia celular, foi o principal interesse dos investidores que participaram de encontro com congressistas brasileiros ontem, em Nova York.
A reunião, promovida pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, trouxe aos Estados Unidos os deputados do PFL Arolde de Oliveira, Roberto Procópio Lima Netto e José Carlos Aleluia, relatores dos projetos de privatização de telecomunicações, petróleo e energia elétrica.
Cerca de 60 representantes de empresas e investidores participaram do evento. Banco de Tóquio, Mitsubishi, IBM, AT&T, MCI, BellSouth e Fundos George Foros eram algumas das principais presenças.
Juntos, eles representam US$ 5 bilhões de investimentos no Brasil em carteiras de fundos.
Pela manhã o analista político Sérgio Abranches explicou aos norte-americanos como funciona o Congresso brasileiro e quais são os próximos passos da legislação das privatizações.
Gabriela Icaza, presidente do Comitê de Relações Governamentais da Câmara de Comércio, disse que a idéia era proporcionar uma troca de informações entre os relatores e investidores. "Eles não sabem como funciona o Congresso e acham que somos lentos demais", afirmou.
Durante a tarde, os investidores se dividiram em três salas. A mais concorrida foi a das telecomunicações. Segundo o deputado Arolde de Oliveira, a principal reclamação dos investidores foi a lentidão na definição da lei.
"Quando o ministro Sérgio Motta esteve aqui, ele colocou a culpa dos atrasos no Legislativo. Mostramos que não é bem assim. O governo poderia ter feito muitas coisas antes", afirmou.
Oliveira disse ainda que os investidores estão apreensivos com relação a possíveis mudanças na lei, que está em trâmite no Senado.
Segundo o deputado, o único item em que pode haver mudanças é o parágrafo que diz que o governo pode impor restrições a investidores estrangeiros durante os três primeiros anos do processo. "O Senado quer diminuir o prazo, o que é bom para eles", disse.
"Eles querem ainda a formação de um órgão regulador autônomo e independente, que irá decidir todos os conflitos entre as operadoras", afirmou o deputado.
Os mercados do sul do país são os que mais atraem investidores, segundo Oliveira.
"A regionalização da próxima etapa de privatizações também foi um ponto de bastante interesse."

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