São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Empresas mantêm os reajustes aplicados

CRISTIANE PERINI LUCCHESI; GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL E DA

Redação
Os planos de saúde não estão obedecendo a determinação do governo, de suspender os reajustes aplicados nas mensalidades.
A Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), que reúne 240 empresas do setor, alega que nada foi publicado no "Diário Oficial da União" e que o ato, portanto, não foi formalizado.
Segundo o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida, só depois da publicação das medidas anunciadas pelo governo a partir de sexta-feira é que a entidade pretende se posicionar.
Justiça
Edmundo Castilho, presidente da Unimed, disse à Folha durante o final de semana que recorreria à Justiça caso o governo arbitrasse um percentual de reajuste.
A empresa, segundo Castilho, está disposta a negociar reajuste menor do que os 35% pleiteados.
Já a Interclínicas reajustou os planos individuais que vencem neste mês em 35,44%, quase dez pontos acima do índice aplicado aos contratos que venceram em maio (25,71%).
Waldemar Ferreira Neto, gerente-geral comercial, argumenta que as planilhas de custos referentes aos dois períodos são diferentes. Em maio, diz, houve concentração da alta dos custos, com efeitos nos contratos que vencem em junho.
Serviços médicos
Ele cita, entre os custos, reajuste de 42,70% nos serviços médicos atrelados a CH (Coeficiente de Honorários) e a nova contribuição previdenciária de 15% sobre remuneração paga a pessoas físicas sem vínculo empregatício, como médicos autônomos.
O gerente da Interclínicas diz que o valor de uma consulta passou de R$ 8,50 para R$ 16,00, com reajuste de 88,24%, percentual próximo aos 95% da tabela da AMB (Associação Médica Brasileira), cujo valor-referência, entretanto, é bem maior (subiu de R$ 20,00 para R$ 39,00).
Waldemar Ferreira Neto não recomenda que clientes da empresa deixem de pagar as mensalidades.
O usuário inadimplente pode ficar sem o serviço, caso necessite, e depois paga multa por atraso.
A suspensão do contrato ocorre quando o cliente deixa de pagar três mensalidades.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI e GABRIEL J. DE CARVALHO)

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