São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Banqueiros condenam América Latina

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Banqueiros privados e técnicos de bancos centrais reunidos ontem na 42ª Conferência Monetária Internacional, em Sidney, Austrália, manifestaram ceticismo com relação às reformas econômicas na América Latina e afirmaram que hoje a prioridade são os mercados emergentes da Ásia.
Num debate sobre a dívida latino-americana após a crise do México, o cenário traçado é de reformas incompletas e "relutância crescente em investir na América Latina", segundo declarou Jan Kalff, chairman do banco de investimento holandês ABN AMRO. Na sua visão, a prioridade são os mercados asiáticos. Houve críticas também às economias em transição do leste europeu.
A conferência tem como tema as economias emergentes e, além das reformas, criticou-se o baixo nível da poupança doméstica na América Latina em comparação com as economias asiáticas.
A opção mexicana de recomprar sua dívida externa também foi alvo de críticas. Especula-se que outros países possam seguir o exemplo. Para Charles Dallara, diretor do Institute of International Finance, de Washington, esse tipo de estratégia é alarmante. "Eu ficaria preocupado pois isso cria a ilusão de que o processo de reformas já foi concluído na América Latina".
Completando o quadro desanimador para os latinos, os títulos de 30 anos do Tesouro americano voltaram à marca dos 7%.

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