São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Do presente

PAULO COELHO
DO PRESENTE

Miie Tamaki resolveu largar tudo que fazia -era economista- para dedicar-se a pintura. Durante anos procurou um mestre adequado, até que encontrou uma mulher especialista em miniaturas, que vivia no Tibete. Miie deixou o Japão e foi aprender o que precisava. Passou a morar com a professora, que era muito pobre.
Em um ano, Miie voltou ao Japão por alguns dias e retornou ao Tibete cheio de presentes. Quando a professora viu, começou a chorar e disse: "Antes nossa relação era de igualdade e amor. Você tinha teto, comida e tintas. Ao me trazer os presentes, você estabelece uma diferença social entre nós. E, se ela existe, não pode haver compreensão e entrega".

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