São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"X" é a lembrança dos preceitos básicos
MARCELO REZENDE
Com os cabelos curtos, algumas vezes tatuagens no corpo, são reconhecidos apenas por um grande "X" riscado em uma das mãos. Um símbolo que servem para lembrá-los de que não devem quebrar qualquer uma das regras básicas. O grande "X", que acabou se tornando uma das imagens mais reconhecidas dos "edges", surgiu de uma ironia dos bares da Califórnia, que indicavam assim que nenhum menor poderia beber álcool no local. O próprio nome do movimento possui uma estranha genealogia. O termo nasceu de uma canção da banda Minor Threat, quando o líder e letrista Ian MacKaye anunciava que era hora da mudança: "Eu tenho coisas melhores a fazer, do que rir ao cheirar cola", dizia a letra da canção que, mais tarde, foi entendida como uma mensagem e criou toda uma subcultura. MacKaye, pouco depois, negou que tivesse qualquer outro objetivo além de fazer uma crítica a si mesmo. Mas, para uma geração tida como "anti-Kids", em uma referência ao filme do diretor Larry Clark, que mostrava a juventude da América em plena degradação, as palavras serviram de aviso. "Não acho que eu tenho que andar mais com um 'X' na mão para seguir meus ideais", afirma Paulo, que trabalha na gravadora Roadrunner, responsável pela vinda do Shelter ao Brasil. Para ele, não há qualquer estranheza em se comportar do modo pelo qual todos os pais sempre sonharam em que seus filhos se comportassem: "Minha mãe ainda não aceita normalmente a idéia de que não como carne. Ela acha que preciso de mais proteínas. É engraçado". Texto Anterior: Do presente Próximo Texto: A Revolução Positiva Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |