São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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Sem veracidade; Reunião inexistente; Lobo bom; Indenização aguardada; Proposta válida

Sem veracidade
"Reportagem publicada na Folha, edição de 2 de junho, com título 'Paes dá verba para obra realizada', não tem veracidade.
Quando apresentei a emenda de R$ 100 mil, por solicitação do prefeito de Mombaça, para eletrificação do distrito de Agreste, em outubro de 1995, não existia nem sequer qualquer projeto do governo federal ou estadual destinado a essa obra. A rigor, não existia nem projeto e nem promessa.
Somente há duas semanas foi dada a ordem de serviço para início do projeto. Como falar em obra realizada? Falsear a verdade apenas para atingir-me? Por quê?
É inacreditável que um jornal com tanta respeitabilidade no país venha abrigar com destaque, sem maior exame, reportagem que, a rigor, não me atinge, mas deixa o jornalista e o órgão expostos.
Sempre contei, ontem, como presidente da Câmara dos Deputados, como presidente da República, em muitas interinidades, ou simplesmente como assinante com os espaços éticos da Folha, destinados ao direito de resposta. Jamais apelei para a via judicial, até porque todas as retificações que solicitei, por via amigável, foram sempre atendidas."
Paes de Andrade, presidente do PMDB (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Paulo Mota - É público, pelo menos desde janeiro último, que o governo cearense está tocando a obra. O orçamento federal só foi aprovado em 9 de abril. O deputado poderia ter retirado a emenda e não o fez. Paes de Andrade também não explica por que destina R$ 100 mil para uma obra orçada em apenas R$ 31.448,00.
Nota da Redação - Sobre o título da reportagem, leia seção "Erramos" abaixo.

Reunião inexistente
"Surpreso e chocado, li o artigo de lavra do sr. Fernando Rodrigues, publicado em 31/5, sob o título 'O PTB é a noiva'. Surpreso, pelo sr. Fernando ter se referido a uma reunião com o governador Mário Covas, no Palácio dos Bandeirantes, que, em absoluto, não ocorreu (suas fontes, seguramente, traíram-no dessa vez).
Não sei onde o aludido jornalista foi buscar as frases que teriam sido ditas pelo governador.
E, por falar nisso, invoco o testemunho de S.Excia. e de seus assessores, no sentido de confirmar que a última vez que estive no Palácio foi no dia 23 de maio, numa reunião do Colégio de Líderes das Bancadas na Assembléia Legislativa. Após essa data, não mais revi ou me encontrei com o dr. Mário Covas.
Chocado, pela leviandade e desonestidade do articulista que, inclusive, sabe-se lá o motivo, procurou atingir minha honra ao afirmar que era eu 'mundialmente conhecido pela probidade'.
Chamar o sr. Fernando de marginal da imprensa, acredite, seria pouco diante das graciosas e estúpidas agressões. Levá-lo às barras do Tribunal, sim, é o remédio mais adequado.
Finalmente, gostaria de esclarecer que o PTB, o partido que estou procurando fortalecer em todo o Estado, não barganha em seus propósitos e seus ideais.
E, mais, a pretensão do partido é disputar, com candidato próprio, as eleições de 3 de outubro, quer queiram quer não alguns jornalistas que deslustram e desonram a nossa imprensa."
Campos Machado, líder da bancada estadual do PTB e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fernando Rodrigues - Para seus correligionários mais próximos, o sr. Campos Machado relatou detalhes do encontro com Mário Covas. Em público, nega.

Lobo bom
"O ministro da Saúde, Adib Jatene, afirmou que a 'causa mortis' no caso dos 'velhinhos de Santa Tereza' foi 'falta de verbas'.
O que corta mais do que navalha é ver o nosso 'lobo bom', o presidente Fernando Henrique Cardoso, passear com uma comitiva de mais de cem pessoas por Paris e na Suíça.
Enquanto os nossos 'velhinhos' morrem na 'floresta de Santa Tereza', o nosso 'lobo bom' passeia em Paris."
Marcos Meyer (Belo Horizonte, MG)

Indenização aguardada
"Enquanto o sr. Naji Nahas promove uma festa monstruosa para o casamento de sua filha, ao custo de alguns milhares de dólares, lembro a esse cidadão que a minha mãe até hoje está no aguardo do pagamento da indenização de seguro que tinha com a Companhia Internacional, que era de propriedade do sr. Naji Nahas.
Triste Brasil!"
Marcos B. Trancoso (Curitiba, PR)

Proposta válida
"Sobre o artigo 'Velha desculpa contra a reforma agrária', de Luiz Inácio Lula da Silva e José Graziano da Silva: o comentário dos dois 'da Silva' é típico da síndrome NIA (não inventado aqui) com que trabalhistas rejeitam qualquer medida em benefício dos seus constituintes que não tem sua origem no próprio movimento.
A proposta da Folha (reforma tributária rural) é válida; dificuldade em recolhimento dos impostos é secundária e tem soluções óbvias.
O que merece reexame do PT é a questão da definição básica da reforma agrária."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

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