São Paulo, quarta-feira, 5 de junho de 1996
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Programa é um dos líderes de audiência

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

"Na Rota do Crime" está entre os três programas de maior audiência da Manchete. Disputa a liderança com a novela "Tocaia Grande" e o jornalístico semanal "24 Horas".
Na última sexta-feira, por exemplo, teve média de 6 pontos em São Paulo. "Tocaia Grande", no mesmo dia, alcançou 4 pontos. E o "24 Horas" -que a emissora exibe toda segunda-feira à noite- também registrou 6 pontos na semana passada. Cada ponto corresponde a cerca de 100 mil telespectadores.
A Manchete se animou tanto com os números do Ibope que faz planos de mostrar "Na Rota do Crime" diariamente. Pensa em transmiti-lo das 20h às 20h30, logo depois das Olimpíadas.
O formato do programa não é original. Espelha-se em "Cops", produção diária da Fox americana. Foi Pedro Jack Kapeller, presidente das Empresas Bloch, quem resolveu transpor o modelo para o Brasil. Tomou a decisão no fim de 95. Em abril, o policial estreou.
"De início, se chamaria 'Caminhos do Crime'", conta Fernando Barbosa Lima, diretor-geral da Manchete. "Mas, depois, achamos que o nome atual causaria maior impacto." Uma alusão à polêmica Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tropa de elite da PM paulista)? "Talvez, só que nada premeditado. Digamos que o inconsciente nos inspirou", desconversa o diretor.
O programa não traz apenas reportagens. Também estampa fotos de criminosos procurados pela Justiça. O apresentador Marcos Hummel dá informações sobre cada um e pede: "Se você os conhecer, denuncie". Na tela, aparecem dois telefones da polícia.
Hummel costuma, ainda, situar o público juridicamente. Esclarece que crimes cometeram as pessoas retratadas pelo programa e quais os direitos dos presos.
Nem sempre as explicações primam pela imparcialidade. No dia 19 de abril, após uma reportagem sobre travestis, Hummel afirmou: "Você viu todo o trabalho que a polícia tem para limpar as ruas. Mas, no caso dos travestis, é tudo inútil. A lei diz que eles não cometeram crime algum. A não ser uma pequena violação das normas administrativas da cidade -como alguém que viola a lei do silêncio. Nada mais do que isso".
(AA)

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