São Paulo, quinta-feira, 6 de junho de 1996 |
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Governo decide enfrentar pressões de agrodeputados Para líder ruralista, poderá ocorrer "carnificina" no campo DENISE MADUEÑO
A derrota da bancada na votação de anteontem na Casa provocou reação irada dos ruralistas e tranquilidade no governo. Os deputados desse grupo se disseram traídos e anunciaram o fim das negociações nos assuntos relativos à reforma agrária. Os agroparlamentares não conseguiram aprovar anteontem um recurso ao projeto que dificulta a concessão de liminares para a desocupação de terras invadidas. Eles queriam votar no plenário a proposta, aprovada anteriormente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), para tentar rejeitá-la. PSDB e oposição A derrota se deu com a união do PSDB, PMDB, PT e demais partidos de oposição. Com os ruralistas, votaram PFL, PTB e PPB. O projeto faz parte do pacote de medidas legislativas que o governo quer ver aprovado para facilitar a reforma agrária no país. Os ruralistas vão tentar agora derrubar a proposta na votação do Senado. Abelardo Lupion (PFL-PR), um dos coordenadores do grupo agropecuário, afirmou que, com o projeto, os proprietários vão usar a força para defender suas terras. "O governo está incitando as invasões. Vai virar uma verdadeira carnificina. É a guerra no campo." A Folha apurou que a estratégia do governo daqui para a frente é dispensar aos ruralistas o tratamento compatível com o seu real tamanho, sem menosprezar, no entanto, a sua força. Cacife menor Para os governistas, a votação de anteontem revelou que esse grupo é muito menor do que os 172 deputados que assinaram a lista de sua formação. Hoje, lideranças falam em 180 nomes. "Quem não assina uma lista que diz ser a favor da agricultura? A bancada é muito menor do que se diz", afirmou o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE). O pefelista estima que seriam apenas 60 os agrodeputados. Ele afirmou que é considerado membro da bancada pelos ruralistas por ter propriedade rural, mas que não faz parte do grupo. "Temos consciência de que o governo quer nos prejudicar, e não fazer a reforma agrária. Acabou a defesa do produtor rural", afirmou Lupion. Texto Anterior: Problemas urbanos Próximo Texto: Deputado sugere uso dos TDAs Índice |
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