São Paulo, quinta-feira, 6 de junho de 1996 |
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Deputado sugere uso dos TDAs
SÔNIA MOSSRI
Marquezelli disse à Folha que a troca será um bom negócio para os ruralistas. Os proprietários trocariam fazendas que operam com prejuízo por TDAs, títulos que podem ser utilizados pelo valor de face (sem descontos) na compra de empresas estatais. Os TDAs são conhecidos como "moedas podres", ou seja, títulos do governo federal com baixa cotação no mercado, mas que podem ser usados pelo valor integral nas privatizações. "O governo se tornou o maior comprador de terras. Estou articulando com os ruralistas oferecer terras para o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)." Olacyr de Moraes O empresário Olacyr de Moraes, do Grupo Itamaraty, foi pioneiro na proposta de vender terras ao Incra em troca de TDAs. "Acho uma boa iniciativa da Frente Ruralista, de colaboração com o governo, para resolver o problema social da reforma agrária", disse Olacyr. Maior produtor de soja do país, o empresário sugeriu ao Incra vender 200 mil hectares da fazenda Itamaraty 2, no Mato Grosso, para o assentamento de 10 mil famílias. Até agora, o Incra não respondeu a Olacyr. O empresário avalia que é preciso que o governo promova o treinamento dos agricultores assentados: "Não basta dar a terra". Privatistas Na manhã de ontem, Marquezelli disparou ligações telefônicas para famílias conhecidas como grandes proprietárias de terras em São Paulo e no Rio Grande do Sul para articular a troca de fazendas. "Falei com as famílias Junqueira, Ribeiro e Nascimento Osório, além de Raul Furquim e José Sperotto", disse. O coordenador da bancada ruralista, que diz reunir 180 parlamentares no Congresso, já tem até um refrão para a troca de terras por TDAs: "Deixe de ser um agricultor para ser um privatista. Pegue TDAs para a privatização". Texto Anterior: Governo decide enfrentar pressões de agrodeputados Próximo Texto: Projeto prevê indenização a militares Índice |
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