São Paulo, quinta-feira, 6 de junho de 1996
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Sobre a telecomunicação

DÉCIO CASTILHO CEBALLOS

A União Internacional das Telecomunicações - UIT adotou resoluções específicas para promoção e implantação de projetos relacionados ao tema "Telecomunicações e Tecnologias da Informação à Proteção do Meio Ambiente e ao Desenvolvimento Sustentado". Esse tema, conhecido como a "Questão 7/2", é tratado no setor de desenvolvimento da UIT por meio do Grupo de Estudo 2.
Recentemente, em abril de 1996, a UIT promoveu em Tunis, simpósio internacional sobre o tema, com a participação de delegação brasileira coordenada pelo Ministério das Comunicações. O Brasil pode assumir papel chave na questão 7/2 pelas suas particularidades e experiência relativas aos ambientes naturais e significativo desenvolvimento do setor espacial.
O desenvolvimento sustentado de uma região associada a um ambiente natural depende do zoneamento ambiental, da efetivação da cidadania ao habitante e da adequação tecnológica das atividades econômicas. A "Política Integrada para a Amazônia Legal", proposta pelo Ministério do Meio Ambiente, induz cenários interessantes para análises relacionadas a infra-estruturas. Uma das condições inerentes à implantação de uma política moderna é a inclusão da região no envelope da infra-estrutura nacional de telecomunicações e informação. As necessidades diretamente relacionadas às atividades internas demandam sistemas de telefonia, coleta de dados, sensoriamento, meteorologia, teleducação, telemedicina e transação de dados comerciais e tecnológicos. As particularidades geográficas e demográficas das áreas remotas implicarão no uso intensivo de satélites de observação terrestre e telecomunicações.
A principal recomendação do simpósio à UIT foi: "elaborar e implementar um plano de ação na forma de um projeto operacional global em telecomunicações, informação, proteção ambiental e desenvolvimento sustentado, o qual deverá considerar componentes e particularidades regionais". A administração brasileira deverá implantar comissão para desenvolver atividades compatíveis à recomendação, ou seja, desenvolver atividades paralelas e preparatórias no âmbito interno.
O resultado vai depender de decisões políticas para garantir a difícil tarefa de envolver organizações governamentais e privadas, relacionados a assuntos diversos como: telecomunicações, meio ambiente, agricultura e desenvolvimento espacial. A participação de representantes da iniciativa privada é esperada, particularmente pelas oportunidades de negócios nos setores de telecomunicações e tecnologia da informação.

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