São Paulo, sexta-feira, 7 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Darcy recebe FHC com alho e pimenta

Senador faz almoço com 'molho poderoso'
RAQUEL ULHÔA

RAQUEL ULHÔA; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Darcy Ribeiro (PDT-RJ), 73, escolheu comida de tempero forte como prato principal do almoço que ofereceu ontem, em sua casa, em homenagem ao ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
A receita é do próprio Darcy: "Cozinhe uma abóbora bem grande. Corte filezinhos bem finos com a ponta da faca. Coloque o filezinho picado dentro da abóbora, com um molho poderoso, temperado bem forte, com muito alho e pimenta. E deixe no forno até a casca da abóbora começar a rachar".
Como sobremesa, o anfitrião optou por um doce que chama de "doce do eu menino", porque lembra sua infância. É feito com leite coalhado e rapadura.
Tudo foi preparado por Anita, "uma preta de quase dois metros de altura, linda, que dá até vontade de namorar".
Antes da chegada dos 20 convidados, entre eles o presidente Fernando Henrique Cardoso, Darcy descreveu o prato principal, "feito para quem tem colhão". E lamentou que o cardápio fosse proibido para ele.
Em luta contra um câncer na próstata, Darcy descobriu que também sofre de diabetes.
"Para que tanta doença? Tenho câncer na próstata, e a metástase está furando meus ossos. E agora a diabetes. Logo eu, que gosto tanto de rabada", disse.
Apesar da fraqueza, que o obriga a andar de bengala (ele foge da cadeira de rodas) e a trabalhar mais em casa do que no Senado, Darcy afirma não ter medo de morrer. "Encaro a morte e passo um pito: vá-se embora", conta.
Ele acha que Paulo Renato também se livrou da morte, há um ano, e, por isso, decidiu homenageá-lo. O ministro sofreu infarto e recebeu quatro pontes de safena e uma de mamária.
Darcy afirma estar movido a uma "injeção atômica", à base de estrôncio, que faz com que se sinta "um marciano".
O senador é amigo de FHC e de Paulo Renato há 30 anos. Segundo ele, sua "maior aspiração", quando inaugurou a Universidade de Brasília, era trazer FHC para Brasília. "Ele ficou lá (em São Paulo) de bocó", disse.
Serra
FHC está convicto de que o ex-ministro José Serra só aceitou se candidatar à Prefeitura de São Paulo após consultar sua guru, madre Cristina.
A revelação feita pelo presidente durante o almoço. FHC disse que Serra sempre ouve a freira antes de tomar uma decisão. Madre Cristina, segundo FHC, trabalha no Instituto Sedes Sapientie, ligado à PUC de São Paulo.

Colaborou William França.

Texto Anterior: Kandir anuncia verba para habitação e saneamento
Próximo Texto: Maciel prevê aprovação a 5 emendas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.