São Paulo, sexta-feira, 7 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Atraso aumenta nas escolas de São Paulo

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A inadimplência no Colégio Rio Branco, escola típica de classe média de São Paulo, deu um salto em maio. No mês passado, 9,75% das mensalidades estavam atrasadas acima de 30 dias. Em abril, o atraso respondia por 4,39% das contas a receber da escola.
Primo Pascoli Milaré, diretor, diz que os casos de inadimplência são de pais executivos que perderam o emprego ou que tiveram de fechar a própria empresa.
"A escola está fazendo o que pode na renegociação das dívidas", diz Milaré. Segundo ele, os pais inadimplentes estão "pedindo um tempo" para a escola até se adaptarem à nova situação financeira.
Sylvio Gomide, presidente da Associação de Escolas Particulares de São Paulo, que reúne 57 estabelecimentos, diz que a inadimplência do setor é de 4,5% a 5%.
A média histórica antes do real variava em torno de 2%. A associação mede o atraso no pagamento a partir de dois meses, e sempre sobre o total a receber.
"A tendência é de a inadimplência diminuir. A economia está entrando num ritmo de acomodação." O pico do atraso no pagamento das mensalidades dessas 57 escolas foi em maio de 95, quando chegou a 9%, diz Gomide.
Discordância Mauro Bueno, presidente da Associação Intermunicipal de Pais e Alunos de São Paulo, discorda da tendência de queda nos atrasos.
Ele avalia que é cada vez maior o número de pais que não consegue pagar as mensalidades escolares.
Bueno afirma que das 160 consultas de pais que recebe mensalmente, cerca de 26% referem-se à dificuldade em pagar a escola.
"Esse percentual girava em torno de 9% a 10% há um ano, e de 5% antes do real." Bueno lembra que a inadimplência nas escolas tende a aumentar no segundo semestre porque é nessa época que muitas delas aumentam as mensalidades.
Sérgio Arcuri, vice-presidente executivo da Associação Paulista dos Estabelecimentos Particulares de Ensino, diz que a anuidade das escolas aumentou de 20% a 40% de 1995 para 1996.
Ele conta que, desde 1994, as grandes escolas perderam entre 10% e 20% dos alunos por causa da inadimplência e não conseguiram recuperar a perda.
(FF e MCh)

Texto Anterior: Setor de leasing terá prejuízo
Próximo Texto: INSS isenta entidades beneficentes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.