São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996 |
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OMS quer criar cidades saudáveis
MAURICIO STYCER
É preciso criar uma "cultura de saúde" nas cidades, resumiu o médico H. Nakajima, da OMS, na abertura do encontro "Criar Cidades Saudáveis no Século 21". O papel dos governos nacionais e estaduais não deve ser de fornecedor de serviços de saúde, mas de apoio aos esforços municipais e de ONGs, associações de moradores e instituições privadas. "As autoridades municipais têm um papel fundamental, não só em investimento, planejamento e gerência, mas também em encorajar e apoiar as iniciativas e inovações de outros grupos atuando na sua cidade", recomenda a Organização Mundial da Saúde. O seu projeto de "cidade saudável", já é implementado em mil cidades do mundo. Esse programa tem duração de pelo menos três anos e é um exemplo de como deve funcionar a parceria (veja alguns exemplos nos textos abaixo). Prefeito critica governo O prefeito de Santos, David Capistrano, participou do encontro promovido pela OMS fazendo críticas ao governo brasileiro. "O problema da miséria infantil nos países em desenvolvimento é um verdadeiro escândalo, um crime", disse o prefeito. O pediatra turco Ihsan Dogramaci havia apresentado, momentos antes, dados do Unicef que chocaram a platéia. Segundo ele, 54% das mortes de crianças com idade até 5 anos nos países em desenvolvimento estão relacionadas a problemas de má nutrição. "Números como esses são vistos como um fenômeno natural e não como um crime", lamentou o prefeito de Santos. "O Brasil exporta soja para alimentar animais na Europa, enquanto crianças morrem de fome no país. Acabar com a miséria é um problema de vontade política dos governos nacionais, estaduais e municipais", disse Capistrano. Texto Anterior: Paternidade irresponsável Próximo Texto: Participação ajuda saúde Índice |
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