São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996
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Jovens fazem lobby "adulto"

MAURICIO STYCER
DO ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL

Jovens de todos os continentes entregam amanhã ao secretário-geral da Habitat 2, Wally N'Dow, uma declaração na qual praticamente repetem as reivindicações das ONGs "adultas".
Desorganizados, os jovens presentes em Istambul até ontem não sabiam informar o número de participantes, nem de países representados. A estimativa é que há cerca de 250 jovens de 50 países.
Também não há acordo sobre o que é ser jovem. "Um terço da população mundial é de jovens"", diz o documento. "Não sei se falamos de pessoas até 30 anos ou entre 15 e 25 anos", diz uma das redatoras, Britany Betts, 22.
"Nunca conversamos sobre isso", acrescenta a canadense Amber Ternus, 20.
O documento pede mais espaço para os jovens na política e que o direito à moradia seja reconhecido como um direito inalienável.
O documento toca apenas de leve em temas específicos dos jovens. Há uma menção, por exemplo, ao Exército, com a recomendação que "os jovens não deveriam ser forçados ao serviço militar".
O documento, intitulado "Construindo Nossa Casa Global", também trata de saúde, racismo, meio ambiente, educação e crianças de rua, sem apresentar novidade em relação ao que pedem ONGs especializadas.
Inspiração
O "lobby jovem" é inspirado em atividades dos "adultos". Como os países, os jovens vão aprovar um documento intitulado Plano Geral de Ação (ou Agenda Habitat), com propostas para os problemas urbanos.
Também inspirados em um concurso da ONU, os jovens promovem um concurso de "Melhores Práticas" entre suas organizações.
"Se você quer influenciar, você tem que agir de forma a ser compreendido pela estrutura", justifica o canadense Duncan Moore, 24.
Estudante de ciência política, Moore foi um dos responsáveis pela redação do documento.
(MSty)

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