São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996
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Dia dos Namorados faz venda subir 20%

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Lojistas esperam faturar neste Dia dos Namorados até 20% mais em relação à mesma data de 1995.
O otimismo do comércio, especialmente de quem vende artigos de vestuário, está baseado nas baixas temperaturas dos últimos dias, no crédito facilitado e no uso generalizado do cheque pré-datado.
"As vendas já melhoraram nesta semana por conta do frio. A expectativa é ter um faturamento 20% maior em relação a junho do ano passado", diz Raul de Souza Sulzbacher, vice-presidente do Centro do Comércio do Estado de São Paulo e responsável pelos assuntos ligados a shopping centers.
É que a possibilidade de financiar as compras com cartão de crédito -que não existia em junho de 1995-, diz Sulzbacher, pode ajudar a melhorar o desempenho do comércio neste mês.
"Em junho de 1995 estávamos em pleno aperto do crédito", diz Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo.
Segundo o economista, o crediário com prazos mais longos deve garantir volume de vendas maior do que em junho de 1995, mas inferior a maio deste ano.
Motivo: o Dia da Mães, a segunda melhor data para o comércio (a primeira é o Natal), vende mais do que o Dia dos Namorados.
Maio fechou com crescimento de 39,9% nas consultas ao SPC -termômetro de vendas a prazo- sobre o mesmo período de 1995 e de 24% em relação a abril de 1996, segundo a associação.
Presentes mais caros
Heloisa Vidigal, gerente de marketing do shopping Eldorado, espera um crescimento de 12% no faturamento do Dia dos Namorados deste ano em relação ao de 1995.
Segundo ela, a maior facilidade de parcelar o pagamento pode elevar o valor médio da compra.
No ano passado, conta Sulzbacher, o valor médio do presente girava em torno de R$ 50. Neste ano, calcula ele, deve chegar a R$ 70.
Comércio de rua
Murad Salomão Saad, vice-presidente do Sindicato dos Lojistas de São Paulo, diz que as lojas de rua devem faturar no Dia dos Namorados entre 10% e 15% mais do que em 1995. "As vendas devem deslanchar a partir da semana que vem", afirma.
Até ontem, o Mappin, por exemplo, que tem cinco lojas de rua e sete em shoppings, tinha faturado, em média, 11% mais do que na comparação com junho de 1995.
"Todos os segmentos estão vendendo bem, exceto o de móveis", diz Sérgio Orciuolo, diretor.
Segundo ele, o grande sucesso fica para as vendas de artigos de vestuário, que cresceram 50% em relação a junho do ano passado.
Esse segmento responde hoje por 20% do faturamento da empresa. No ano passado, a fatia do vestuário girava entre 13% e 14%.

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