São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996 |
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ALÍVIO INSUFICIENTE Ainda predomina um ambiente de aperto e dificuldades na economia brasileira. E as medidas homeopáticas do governo são frustrantes. Alguns indicadores sugerem recuperação, mas todo cuidado é pouco. O cenário ainda é o de uma economia que patina no fundo do poço. Segundo o IBGE, a indústria brasileira cresceu 2,6% em abril em relação a março. É o primeiro resultado positivo desde o início do ano, depois de uma sequência de três meses de queda da atividade industrial. Mas é cedo para celebrar. E o sentimento de frustração permanece diante das medidas que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou na última quarta-feira. De um lado procura-se reduzir os custos dos financiamentos para empresas no mercado interno, facilitando a emissão de títulos de empresas privadas ("commercial papers") e ampliando a capacidade de negociação de créditos a vencer. Ocorre que esta será sobretudo uma forma de aliviar o aperto que dívidas de recebimento duvidoso vinham exercendo na contabilidade das instituições financeiras, sem que a realidade econômica subjacente seja substantivamente alterada. O CMN também permitiu um aumento do volume de empréstimos pessoais dos fundos de pensão para seus participantes. É bom, aliás para uma minoria de privilegiados, mas é pouco mesmo considerando-se os impactos em outros setores. O alívio é insuficiente. Mais que isso, é um alívio superficial, à medida que não se está realmente tratando de facilitar a retomada dos investimentos, mas sim de facilitar o consumo (evitando o acúmulo de estoques nas indústrias e no comércio) e reduzir os efeitos da inadimplência sobre bancos e empresas. Ou seja, trata-se mais de compensar um pouco do estrago já feito e de tentar evitar que ele se alastre e menos de abrir uma nova etapa de estímulo ao crescimento. Em outras palavras, diminui a intensidade do arrocho, mas não a sua qualidade. A permanência de juros reais elevados e de controles severos sobre as reservas bancárias ainda impede uma autêntica retomada. Próximo Texto: ATRASO CAMBIAL Índice |
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