São Paulo, domingo, 9 de junho de 1996
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Palestras!

JUCA KFOURI

Se o 3 a 1 no Parque Antártica foi o resultado do jogo mais difícil para o Palmeiras neste ano verde de 1996, a partida no Olímpico foi ainda pior.
O Olímpico estava aceso (quase 50 mil pessoas) de um jeito que não esteve quando foi palco do jogo contra o América de Cali, como se vencer o melhor time do país fosse uma questão de honra. E o Grêmio mereceu os 3 a 1 que construiu e o bandeirinha impediu.
O que não impedirá que os dois ex-Palestra-Itália façam uma final inesquecível, com o Mineirão certamente lotado e com o Parque pequeno para tanta emoção.
Para o Palmeiras, o Cruzeiro é apenas mais um duro obstáculo antes de voltar a disputar a Libertadores, na tentativa de conquistar um título inédito.
Para o Cruzeiro, o Palmeiras é mais. Se superá-lo, não só partirá para buscar o bi sul-americano como, também, terá o lucro adicional de derrotar quem humilhou seu maior rival, o Galo. Não é pouco.
Fora os cruzeirenses, todos os demais torcedores do país sabem que o Palmeiras é favorito, apesar de o Cruzeiro estar mostrando uma capacidade de marcação que pode não caracterizar suas melhores tradições, mas que, sem dúvida, é a marca registrada dos times dirigidos pelo técnico Levir Culpi.
E o Grêmio mostrou à exaustão que, mesmo sem Dinho e Goiano, é possível marcar o Palmeiras. E vencê-lo.
O fato é que o Palmeiras não terá Cafu, Sandro e Flávio Conceição na primeira partida. Se Cláudio fica direito no lugar de Sandro e Galeano não deixa muitas saudades de Flávio Conceição, Cafu é insubstituível. E Muller, tão insubstituível como Cafu, pode ver a decisão no Morumbi.
Aí, quer saber, Wanderley Luxemburgo terá que mostrar, aos seus liderados, toda a habilidade que tem revelado em suas palestras motivadoras para executivos.
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Não é de hoje que o Olímpico merece uma interdição por parte da CBF. Os fatos se repetiram e, quase certo como o erro de arbitragem que tirou os gaúchos da Copa do Brasil, a CBF continuará inerte, contando dinheiro, contando mentiras, contando com a cumplicidade dos que adoram a impunidade.
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Aliás, se você quiser saber mais sobre como funcionam os bastidores das negociatas no futebol, leia a revista "Carta Capital", nas bancas.

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