São Paulo, domingo, 9 de junho de 1996
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Vizinhos têm medo de obra abandonada

Comprador diz que é 'elefante branco'

DA REPORTAGEM LOCAL

Preocupada com a segurança de sua família, a contadora Rosa Toyoda reuniu 130 assinaturas e entregou à Prefeitura de São Paulo.
No documento, solicita que sejam tomadas medidas contra o edifício Marcelo, no bairro da Saúde (zona sul de São Paulo), cujas obras começaram há dez anos.
"Já caíram alguns pedaços de madeira no telhado da minha casa", afirma Rosa, que mora ao lado do edifício inacabado.
Ela quer que ao menos seja retirada uma estrutura de ferro que fica em frente à obra e que está bastante enferrujada.
O edifício Marcelo, com apartamentos de dois quartos e 60 m2, foi lançado em 1986, pouco depois da implantação do Plano Cruzado.
Negociações
O analista de sistemas Cláudio Dezani, 39, que já morava no bairro, comprou uma unidade financiada dois anos depois.
No mesmo ano, a obra foi interrompida. Está parada até hoje. "É um elefante branco."
A princípio, os compradores tentaram um acerto com a Construarc, construtora responsável pelo edifício (leia texto acima). As longas negociações, porém, acabaram não sendo frutíferas.
Depois, Dezani descobriu que a obra tinha uma série de irregularidades, como falta de memorial descritivo da construção e da escritura do terreno.
'Monte de mentiras'
Em janeiro 1992, a construtora se comprometeu a terminar a obra no prazo de 12 meses. Não foi movido um tijolo.
Dezani apelou também para o Decon (Departamento de Polícia do Consumidor), mas não conseguiu solucionar o caso até agora.
O contador já desistiu de ter o apartamento e quer apenas o seu dinheiro de volta.
"O prédio era um monte de mentiras. Não quero mais aquilo."
Dezani calcula ter gasto R$ 15 mil no pagamento das parcelas do empreendimento.

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