São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996 |
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Executiva do PT apóia Vitor Buaiz no ES
ANA MARIA MANDIM
Ela aliou-se a Buaiz contra deputados estaduais do PT que se opõem às propostas e acusam Buaiz de abandonar "os princípios democrático-populares do PT para aderir ao neoliberalismo". Os cortes propostos pelo governador em projetos de lei, decretos e emendas à Constituição capixaba atingem benefícios dos servidores públicos (leia quadro ao lado). Na nota, a executiva diz que o governo deve conter gastos para gerar excedente de receita, o que lhe permitirá pagar em dia os funcionários e investir nas áreas sociais. Os cerca de 65 mil servidores capixabas ainda não receberam o salário de abril. Em entrevista à Folha, o governador afirmou que a receita do Estado, de R$ 78 milhões, mal dá para cobrir a folha de pagamentos, de R$ 74 milhões. "Deputados rebeldes" O presidente da Executiva Estadual do PT, Silvio Manoel dos Santos, classificou de "rebeldia" a atitude dos deputados petistas. José Otávio Baioco, um dos "rebeldes", afirma que a sociedade não foi chamada para discutir a crise do Estado."O governo adotou a política de jogar o milho e depois chamar as galinhas." Os outros deputados do PT que protestam contra as propostas são Brice Bragatto, líder da bancada, e Cláudio Vereza. Juca Alves, líder do governo na Assembléia, é o único dos quatro parlamentares petistas que apóiam Buaiz. "Culpa de Buaiz" Baioco culpa o governador pela crise. "Ele próprio contribuiu para implodir a folha ao conceder aumento de 25% para os servidores (abril de 1995) sem que isso tivesse sido reivindicado." Segundo Baioco, a executiva do PT apoiou as propostas em decisão "chapa branca": "Seis dos oito que votaram a favor (sete votaram contra) têm cargo no governo". O presidente da executiva -pequeno empresário rural-, reagiu à crítica de Baioco: "Ele é governo, é do partido do governo. Não quero entrar nessa discussão". Santos disse que "o PT briga muito, lava roupa suja em público, mas acaba achando uma saída". O governador Vitor Buaiz pediu aos deputados petistas que apresentem alternativa aos cortes. "Eles, até agora, não propuseram nada. Nossa luta é para salvar o Espírito Santo da crise." Buaiz admitiu que foi "equivocada" a forma de pagar o reajuste de 25% ao funcionalismo. "Mas não podíamos deixar de pagar aos funcionários a reposição das perdas salariais acumuladas no Plano Real. Isso o próprio PT nos cobra", afirmou. Texto Anterior: Consultoria Próximo Texto: Empresário ataca falta de política industrial Índice |
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