São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Consultoria

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Serra vai ao jogo das faixas. Pitta faz promessa de botar a Guarda na rua. A campanha já nem tem mais domingo. Até o "consultor" James Carville, que ajudou a eleger Clinton e FHC, está rondando.
Os publicitários têm, no momento, mais poder do que os políticos. Sobretudo agora que o país vai deixando o horário eleitoral para entrar na era do comercial.
Os consultores americanos, também em início de temporada, apareceram na C-Span (canal Worldnet, TV a cabo) para um debate sobre "tendências".
Uma unanimidade entre os dois republicanos e três democratas foi que "a publicidade negativa veio para ficar", segundo o democrata Deno Seder. Ou ainda, "não apenas ela tem um lugar, como é nossa obrigação fazê-la", segundo o republicano Alex Castellanos.
No Brasil ainda não foi muito praticada, por conta do direito de resposta, mas vai ganhar espaço com o comercial. É a publicidade "comparativa", que sublinha os defeitos do adversário.
A tendência na eleição americana, quanto ao comercial negativo, é que seja muito "factual" e "racional", segundo o republicano Russ Schriefer; ou que seja carregado de "humor" e "sátira", segundo o democrata Michael Shannon.
Quanto aos comerciais ligados apenas aos próprios candidatos, para Clinton deve prevalecer o "estilo documentário", com "honestidade e verdade", como nos comerciais dos irmãos Kennedy nos anos 60; para Bob Dole, a "grande história", do "herói americano", mas "uma história bem contada".
Outra tendência é a "mudança tecnológica", com os sistemas de edição computadorizada. O equipamento é não apenas muito mais barato, como permite editar em duas horas, "e com maior qualidade", um comercial que levaria oito.
O que é bom saber, na hora de fechar o orçamento.

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