São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996 |
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Latifundiários usam 16,7% de suas terras
GEORGE ALONSO
Esses dados, que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) usa para defender sua posição, constam de relatório do Pacs (Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul). O Pacs é uma entidade não-governamental que manteve convênio com o governo federal em meados dos anos 80. O empresariado rural afirma que o fenômeno da globalização gerou a tendência de crescimento das propriedades no campo, com alta tecnologia para competir no mercado internacional de alimentos. Se, em parte, isso é verdade (houve uma industrialização do campo), há números oficiais que revelam que 50% da produção de alimentos sai do pequeno produtor rural -hoje, cerca de três milhões, segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Outro fator, segundo agrônomos, coloca em discussão o papel das grandes propriedades. Com a crise na agricultura, as grandes fazendas tratam de buscar atividades mais lucrativas (para o mercado de exportação), como gado, soja e milho. Mercosul O MST defende medidas protecionistas à agricultura familiar no Brasil, principalmente agora que o país integra o Mercosul. O trigo brasileiro, por exemplo, é mais caro que o argentino. "Hoje há mania de 'absolutizar' o mercado", afirma Neuri Rossetto, do MST. "Mas a lei do mercado só é propaganda de quem já está em vantagem. Os mesmos defensores do mercado querem protecionismo nos produtos em que estão em desvantagem", avalia. Texto Anterior: Sem-terra reage à Abin Próximo Texto: Plano Real reduz especulação com terras Índice |
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