São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Padre culpa devastação

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

O estudo sobre a queda da expectativa de vida dos índios surpreendeu o secretário-executivo do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) do Maranhão, padre Cláudio Bombieri, 40.
O Cimi é subordinado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
"Até então, os dados mostravam aumento demográfico significativo da população indígena", disse.
Para ele, a queda da longevidade está ligada à devastação e às invasões por madeireiros e fazendeiros em reservas indígenas, que limitariam as opções de alimentação das tribos.
"O índio vive basicamente de caça e pesca. Com as invasões e a devastação, diminui a qualidade e a quantidade de alimentos. Temos informações de um processo de deterioração na alimentação indígena nos últimos anos", afirmou.
No Maranhão, segundo o Cimi, 13% das reservas (250 mil hectares) estão "completamente devastadas".
Ameaçados de extinção, os índios guajás, os únicos nômades do Estado, estão substituindo a carne e pesca por farinha de mandioca.
No Pará, madeireiros admitem explorar as reservas. "Não há mais madeira na região fora delas", diz Elço Lourenço, dono de serraria em Nova Esperança do Piriá. (IRINEU MACHADO)

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