São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Cidade tem dinheiro, mas população sofre

Riqueza se perde na crise social do país

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

O turista brasileiro que visita Buenos Aires depara com um paradoxo: uma cidade cada vez mais rica e uma população que reclama de desemprego, miséria e violência.
A estabilidade e a abertura da economia provocaram uma explosão de investimentos na cidade, principalmente no setor de lazer e serviços.
Prédios em péssimo estado de conservação foram completamente remodelados e hoje abrigam shopping centers, restaurantes de luxo e centros culturais.
Os monumentos, praças e parques também estão de cara nova -em parte por causa das eleições municipais, marcadas para o dia 30 de junho.
As queixas dos portenhos, porém, não são despropositadas. Da mesma forma que trouxe benefícios inegáveis, o ajuste econômico gerou exclusão social e aumentou a distância entre ricos e pobres.
Há consenso sobre a multiplicação no número de mendigos nas ruas e nas estações de metrô. Estatísticas oficiais comprovam o aumento da criminalidade -mas não a ponto de impedir passeios noturnos.
Há sinais de aquecimento da economia, após recessão causada pela crise mexicana. Os economistas duvidam que haja redução na taxa de desemprego a curto prazo.
Estão fora do mercado de trabalho cerca de 2,5 milhões de pessoas, em uma população economicamente ativa de 13,2 milhões.

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