São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Restrições não afetam consumo de bebidas

JOÃO BATISTA NATALI
DO ENVIADO ESPECIAL À TURQUIA

Para quem acredita que turismo no exterior se esgota no impacto cultural provocado pelos Estados Unidos ou pelos países europeus, aqui vai uma recomendação: a Turquia é muito diferente, e não custa nada se precaver.
Primeira recomendação: por questões religiosas -quatro séculos de islamismo como religião oficial- os turcos têm um sentido de higiene bem mais rígido e diferenciado que os dos ocidentais.
Assoar o nariz em público é algo tão agressivo quanto urinar ou defecar diante de desconhecidos.
As mesquitas, consideradas monumentos históricos, estão abertas à visitação. Mas, além de tirar os sapatos -não se preocupem com o frio, porque são todas acarpetadas-, é preciso carregá-los debaixo do braço.
E aqui se encaixa uma segunda recomendação: mantenha as solas de seus sapatos uma contra a outra. Exibir a sola de maneira que ela, hipoteticamente, esbarre em alguém é também gesto grosseiro.
Se, por qualquer circunstância, um turco convidá-lo para visitar sua casa -nas aldeias, há uma extrema hospitalidade-, não esqueça de tirar os sapatos. É ofensivo a um anfitrião ter um hóspede que pise calçado o seu tapete.
Álcool
O Islã proíbe bebidas alcoólicas. Mas a Turquia é, desde 1923, uma república laica. Não há qualquer proibição nesse sentido. Um tipo de anisete é a bebida nacional.
Kemal Ataturk, o fundador da Turquia moderna, consumia baldes dessa aguardente. Tanto que morreu de cirrose. Mas essa já é uma outra história.
Nem toda a população tem a mesma forma de viver o Islã. Há em qualquer cidade turca mulheres com a cabeça e o rosto cobertos e outras que se vestem como ocidental. Ma non troppo. A nudez é aceita em praias do Egeu. Mas, nas cidades, evite minissaias.

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