São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Bazar local é versão oriental de 25 séculos para os shoppings

Roupas de couro, antiguidades e prata estão em conta

DO ENVIADO ESPECIAL À TURQUIA

Há na Turquia um fatalismo econômico fácil de compreender. Como a mais curta e mais frequentada passagem terrestre entre o Oriente e o Ocidente, o país acabou impregnado pelo comércio.
A manifestação mais prosaica dessa vocação se encontra nas ruas centrais de Istambul, com camelôs poliglotas e pequenas lojas de cartazes em alfabeto cirílico que comercializam com búlgaros, georgianos, russos ou ucranianos.
Bazares Outra manifestação são os dois grandes bazares da cidade.
O maior deles, justamente chamado Grande Bazar, possui 1.742 pequenas lojas, espalhadas por ruas-corredores estreitas e apinhadas de gente. Em outras palavras, um shopping center, a seu modo, inventado pelos orientais há pelo menos 25 séculos.
Antiguidades, roupas de couro e objetos de prata são geralmente produtos em conta, recomendados para turistas.
Raramente as mercadorias trazem etiquetas com preços. Para bom entendedor, eis um explícito convite à pechincha. Pagar o primeiro preço enunciado é quase uma ofensa à arte de pechinchar.
O segundo, bem menor, é o Bazar dos Temperos, também chamado de Bazar Egípcio. Traz uma dezena de variedades de pimentas, temperos do Irã e da Índia, chás em profusão -turco, chinês-, tudo com encantador colorido.
As civilizações têm seus próprios cheiros. Qualquer viajante bem rodado sabe disso. O Bazar Egípcio é singular. Reúne odores de tantas origens que parece, de certa forma, sintetizar a soma de todos os cosmopolitanismos.
Dentro ou fora desses bazares, dois pequenos conselhos: faça uma tabelinha com a conversão do real para a lira turca. A paridade está hoje em torno de R$ 1,00 igual a LT 80.000,00. A quantidade de zeros pode causar confusão.
O segundo conselho: Istambul não é Miami. Não é a cidade aconselhável para a compra de eletrodomésticos ou computadores.
Como um país "pobre" para os parâmetros europeus, a Turquia cobra altos impostos de importação para produtos que interioriza.
Por isso, o comércio só é aconselhável quando se trata de produtos locais. Um deles são os tapetes. Os de seda são considerados os melhores do mundo, e os de lã só equiparados aos iranianos. Mas atenção: tapete pesa, e, por isso, esteja precavido para transportá-lo ao custo que empresas aéreas impõem ao excesso de bagagem.

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