São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Marketing altera discurso petista

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Sai do vídeo o discurso ideológico e entra a retórica da eficiência social. É essa a receita do marketing de campanha de Luiza Erundina à prefeitura paulistana.
A definição é do comando de campanha e independe de quem assinar a propaganda petista na mídia eletrônica.
Uma mostra foi vista ontem no programa de TV do PT paulista. "Onde o PT governa, dá certo" foi repetido à exaustão, com generosa porção do espaço dedicada à louvação da administração de Luiza Erundina (89 a 92) em São Paulo.
"Vamos mostrar propostas concretas à população", disse Erundina aos jornalistas, após a apresentação do programa.
O espaço de ontem foi produzido pelo jornalista Ricardo Carvalho, um dos nomes cotados para assumir a direção da propaganda de TV do PT paulistano.
Rejeição
A outra prioridade do marketing de Erundina é a pesquisa qualitativa para localizar as causas da alta taxa de rejeição da candidata (41% segundo a última pesquisa do Datafolha).
"Temos vontade de profissionalizar ao máximo todas as áreas, mas, com nossos limites financeiros, optamos por priorizar as pesquisas", afirmou Erundina.
A candidata já se enxerga no segundo turno e sabe, embora negue publicamente, que a vitória na eventual rodada final depende da diminuição do índice de rejeição.
Quinta-feira próxima, Erundina vai participar de panfletagem sobre o aumento de preço da tarifa de ônibus em São Paulo, determinado pelo prefeito Paulo Maluf (PPB).
Durante a campanha de 92, a então prefeita Luiza Erundina segurou aumentos no preço da passagem de ônibus para não prejudicar a candidatura petista de Eduardo Suplicy, derrotado por Maluf no segundo turno daquela eleição.
Maluf, aliás, segundo avaliação do comando de campanha de Erundina, tem prestado serviço ao PT ao criticar José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo. Erundina não quer se envolver em discussões com adversários.
"Mala"
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que Fernando Henrique Cardoso deve ter pressa na emenda que permitiria sua reeleição. "O Fernando Henrique está se transformando numa mala sem alça que nem o PFL vai querer carregar", disse o ex-presidente nacional do PT.

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