São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996 |
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Procurador apura fraude em hospitais
FREE-LANCE PARA A FOLHA A família de um dos sócios da clínica Santa Genoveva está envolvida em mais uma denúncia de fraude na utilização das verbas do SUS (Sistema Único de Saúde).O procurador da República André Barbeitas disse ontem que o hospital Manoel Ferreira, em Santo Antônio de Pádua (norte Fluminense), cobrava diária ao SUS de pacientes que já tinham morrido. Segundo o secretário, há um ano tramita na Justiça uma ação da prefeitura contra os provedores do hospital, uma entidade estatutariamente filantrópica. Silva Filho disse que a prefeitura tem documentos comprovando a cobrança indevida de AIHs (Autorização de Internação Hospitalar). Além disso, de acordo com o secretário, o atendimento é precário. Segundo o Ministério Público, nos quatro primeiros meses de 1995, 11,13% dos habitantes de Santo Antônio de Pádua foram internados no Manoel Ferreira -a média anual de internações prevista pelo Ministério da Saúde é de 9% da população. O Manoel Ferreira é o único hospital da cidade, que tem 50 mil habitantes. Uma das irregularidades constatadas é a duplicidade de internações e cobrança indevida de AIHs. "A fraude é um hábito. O sistema não fiscaliza mas autoriza as AIHs. É quase um cheque em branco", disse o procurador da República André Barbeitas, que constatou irregularidades em 269 clínicas particulares do Estado. Entre 1994 e maio de 95, Barbeitas fez um relatório e o enviou à Polícia Federal, que abriu inquérito para investigar irregularidades no repasse de verbas do SUS. Barbeitas detectou problemas em várias cidades do norte fluminense, entre elas Bom Jesus de Itabapoama, onde, nos primeiros quatro meses de 95, foram internados em clínicas conveniadas ao SUS 17,492% da população. Também há irregularidades em Lage do Muriaé (norte fluminense), que teve 12,845% habitantes internados, também no primeiro quadrimestre de 95. Texto Anterior: 'Medidas são insuficientes' Próximo Texto: Família diz que idoso apanhava Índice |
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