São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996 |
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Motta divulga licitação de satélite privado
ELVIRA LOBATO
O anúncio foi feito pelo ministro Sérgio Motta, durante o Americas Telecom, aberto oficialmente ontem, no Riocentro, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Sérgio Motta, quatro grupos empresariais já manifestaram interesse em disputar a concorrência. O ministro não divulgou os nomes dos grupos interessados mas confirmou que entre eles estão os consórcios Class e Localsat. O primeiro é formado pelas Organizações Globo, Odebrecht, Bradesco, Monteiro Aranha, Victori e pela Matra (francesa). O segundo reúne a Dasa (Daimler Benz, subsidiária da alemã Mercedes Benz), a Itatel -subsidiária criada pelo grupo Itamarati para a área de telecomunicações- e a Splice do Brasil. Concorrência Segundo Motta, o satélite privado poderá concorrer com os satélites estatais Brasilsat, da Embratel, para atender serviços básicos de telecomunicação e, ainda, oferecer meios para serviços não disponíveis nos satélites da Embratel. Pela lei das telecomunicações, que já foi aprovada pela Câmara e está em discussão no Senado, o monopólio da Embratel para atendimento da telefonia básica via satélite acabará em dezembro de 97. Segundo Motta, a fabricação e lançamento de um satélite leva pelo menos dois anos. Significa que quando o satélite privado chegar ao espaço, o monopólio da Embratel já terá acabado. Ele disse que o governo abrirá espaço para um satélite privado de "última geração" que poderá, inclusive, atender as operadoras do novo serviço de TV paga por miniparabólicas. Motta disse ainda que todo o sistema estatal de telecomunicações será privatizado até o final do governo FHC (dezembro de 98). Ele reafirmou que, em janeiro do ano que vem, o governo começará a preparar a privatização da telefonia fixa no país. As 27 telefônicas estatais, segundo ele, serão agrupadas em quatro grandes empresas regionais. Sobre o futuro da Embratel, o ministro nada falou. Pelo cronograma esboçado por Motta, o processo de competição começa pelo mercado de telefonia celular com abertura, em agosto, de sete ou dez editais de licitação para a venda de concessões para o celular privado. Novidades A feira internacional de equipamentos de telecomunicação que integra o Americas Telecom traz novidades tecnológicas de todas as partes do mundo. Entre os produtos mostrados pelos 360 expositores que participam da feira, no pavilhão do Riocentro (zona oeste do Rio) está um sistema de miniantenas parabólicas para computador mostrado pela Hughes, dos Estados Unidos. O sistema, chamado DirecPC, permite ao usuário enviar mensagens e acessar banco de dados de suas empresas, sem usar a rede telefônica. Outro novidade trazida pela Hughes -lançada há apenas dois meses nos Estados Unidos- é o celular digital "packet data", destinado principalmente a empresas comerciais. Com o equipamento, um vendedor que estiver visitando um cliente pode fechar um negócio e dar baixa do produto no estoque de sua empresa por um sistema de comunicação sem fio. Texto Anterior: EUA devem fazer protesto Próximo Texto: Internet cresce com BT e MCI Índice |
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