São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Colonialismo é Brando

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Em "Queimada" (Telecine, 1h55), Marlon Brando é um agente inglês que instiga a revolta dos nativos de uma ilha contra o colonizador português.
Mas não é questão de dar a Queimada sua independência. Trata-se, apenas, de criar um simulacro propício à dominação imperial britânica.
O filme do italiano Gillo Pontecorvo parte da inteligência para chegar à sensibilidade. E ela não seria completa se não fosse Marlon Brando o ator, criando um personagem que é, a um tempo, o conceito e a imagem do colonialismo.
"Queimada" talvez seja o filme que melhor expôs a mecânica do colonialismo. É, possivelmente, o melhor filme de esquerda desde Eisenstein.
Outra viagem ao passado, esta menos atual: às 2h, a TNT exibe "A Árvore da Vida", de Edward Dmytryk, uma das inúmeras tentativas de manter acesa a chama de "...E o Vento Levou".
Temos aqui uma história de amor em que a Guerra de Secessão serve como cenário. O essencial é que Montgomery Clift, em busca da árvore da vida em companhia de Eva Marie Saint, encontra Elizabeth Taylor e, imediatamente, cai de amores por ela.
Mas Liz tem sérios problemas mentais. O filme tem 165 minutos de duração, quase todos aborrecidos, e deixa uma grande questão: por que, em todo filme em que se encontravam, Eva Marie era passada para trás por Liz Taylor?
No Eurochannel, às 22h, "A Fraternidade É Vermelha", "volet" final do tríptico dedicado por Kieslowski às cores e ao lema da Revolução Francesa. Este foi também o último filme do cineasta polonês.
(IA)

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