São Paulo, quarta-feira, 12 de junho de 1996
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IML improvisa local para corpos

ROGÉRIO GENTILE; JACQUELINE LATTARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O IML (Instituto Médico Legal) de Osasco decidiu enfileirar os 30 corpos que esperavam autópsia às 20h30 de ontem, para facilitar seu reconhecimento por familiares.
Como a parte interna do prédio é pequena, foi colocada uma lona no estacionamento dos fundos do IML, para onde os corpos foram levados em caixões. O reconhecimento foi feito em grupos.
Cerca de 300 pessoas, segundo a Guarda Civil Metropolitana de Osasco, estavam na porta do IML para fazer o reconhecimento.
O estudante Renato Carlos, 20, tentava encontrar a vizinha Adriana dos Santos Pedro, 16.
Ela trabalha em loja em frente ao shopping e foi até lá almoçar. Após a explosão, não retornou ao serviço.
"Já passamos em todos os hospitais e não a encontramos. Acho que ela está aqui", disse Carlos.
Vanessa Dias Postali, 17, trabalhava no McDonald's e foi ao instituto tentar encontrar colegas. "Acho que algumas de minhas amigas morreram."
O ator de TV Roberto Pirilo foi ao IML para confirmar o reconhecimento de um dos identificados, José Antônio da Silva, seu amigo.
Ele era gerente do banco Banestado e foi ao shopping para "comprar um presente para a companheira, Marisa", segundo Pirilo.
Velório
Depois do reconhecimento e autópsia, os corpos do IML seguiriam para o Ginásio de Esportes Professor José Liberatti, ao lado do hospital Regional de Osasco, no bairro Presidente Altino.
(ROGÉRIO GENTILE E JACQUELINE LATTARI)

O IML de Osasco divulgou, até as 22h30 de ontem, o nome dos seguintes mortos, reconhecidos pelos familiares: João Roberto Berkelian, 28, José Antonio da Silva, 41, Ivan Daniel Valério e Luciana Kulczar Paloski, Alan de Souza, João Vianey Bastos Salles, Rosa Maria de Carvalho, Sueli Ferreira de Carvalho, 36, Vanessa Diegues e Fátima Inês Cecílio Diegues, Urbano de Oliveira, Cláudia Boghosian, Gisleine Catarina Marques, Taluana (sem sobrenome), o casal Nilson e Elizabeth Ignácio da Silva e as duas filhas, Jéssica e Raquel. O nome de Tatiana Dias Dhomer, 18, primeira morte a ser reconhecida por familiares, não consta da lista divulgada pelo IML.

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