São Paulo, quarta-feira, 12 de junho de 1996
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O beijo visto pela janela indiscreta dos fotógrafos

DA REPORTAGEM LOCAL

Dia dos Namorados é dia de beijo. Foi pensando nisso que a Folha convidou oito fotógrafos para um ensaio fotográfico sobre o tema.
Bob Wolfenson, J.R. Duran, Cássio Vasconcellos, Tuca Reinés, Claudio Elisabetsky, Miguel Rio Branco, Mario Cravo Neto e Claudia Jaguaribe mostram nesta página a sua visão do símbolo de afeto que é consenso no mundo.
Bob Wolfenson fotografou dois modelos se beijando para uma série. "Era uma modelo brasileira e um italiano. O beijo engatou e eles não se desgrudavam mais", disse. Wolfenson afirmou que, como fotógrafo, embarca nas cenas que registra. "Não fico nem um pouco inibido. Pelo contrário, atrás das câmeras sou um diabo", disse.
J.R. Duran fez a foto do beijo durante um editorial de moda para a revista "Harper's Bazaar" americana. A história criada na foto era um clima entre uma mulher mais velha e um cara mais novo.
Na foto de Mario Cravo Neto, um casal está na praia de Montserrat, na Bahia, em 1995. Cravo Neto pensou no poema de Paul Elvard (leia abaixo) ao clicar a imagem. "Não sei se eles estão se beijando ou não. Esta é uma imagem que se completa no inconsciente", disse.
A imagem de Cravo Neto integra uma série que fez para o livro "Carnation", ainda inédito, que trará 130 fotos coloridas suas.
Cássio Vasconcellos fez uma série em polaroid com exclusividade para a Folha. "Fotografei um casal de modelos para facilitar o clima da foto. Procurei uma imagem clássica do beijo."
Tuca Reinés escolheu um casal se beijando em meio à multidão durante um ensaio da Império Serrano para o Carnaval de 94, e Claudio Elisabetsky clicou o "momento do arrepio" em uma tela de TV ou computador. "Simboliza a nossa era, embora beijo é bom de dar e não de fotografar."

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