São Paulo, quarta-feira, 12 de junho de 1996
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Explosões aumentam tensão na Rússia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma série de explosões atingiu ontem Moscou e a república separatista tchetchena, aumentando a tensão na Rússia às vésperas da eleição presidencial de domingo.
No incidente mais grave, pelo menos quatro pessoas morreram e quatro ficaram gravemente feridas em uma explosão dentro de um trem no metrô da capital russa.
Há suspeita de que tenha sido atentado. Um bombeiro no local fez referência a uma bomba.
"Provavelmente estava sob um assento. Explodiu quando o trem estava dentro de um túnel", disse ele à agência russa "Interfax".
Caminhões do corpo de bombeiros e ônibus com policiais e bombeiros foram deslocados para a estação de Tuskaia (sul de Moscou).
Um médico afirmou que três vagões, com cerca de 250 pessoas, foram afetados pela explosão, ocorrida às 22h30 (15h30 no Brasil).
Jornalistas estavam sendo mantidos longe do local da explosão, e equipes de resgate trabalhavam na retirada dos passageiros.
Tchetchênia
Em outro incidente, pelo menos sete pessoas ficaram feridas por duas séries de explosões que atingiram um comboio em que viajavam uma delegação tchetchena e observadores europeus que participaram de negociações de paz com a delegação russa.
Dois dos atingidos estavam ontem em estado grave. As primeiras três explosões ocorreram à beira da estrada, quando o comboio de cerca de 60 veículos passava pelo vilarejo de Davidenko.
O comboio, escoltado por um jipe do Exército russo, prosseguiu viagem, até que outras três explosões ocorreram junto à entrada de Grozni, capital tchetchena.
Ficaram feridos guardas da delegação tchetchena e um civil que andava pela estrada. Nenhum dos negociadores foi atingido.
No comboio estavam líderes tchetchenos e representantes da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa).
A segunda série de explosões quebrou o vidro do carro do negociador chefe da OSCE, Tim Guldimann, que saiu ileso.
O grupo voltava da cidade de Nazran (Inguchétia), onde foi assinado anteontem o acordo que determina a retirada russa da Tchetchênia até 30 de agosto e o desarmamento dos rebeldes separatistas.
Acusações
Os separatistas responsabilizaram setores militares russos e membros do governo pró-Moscou em Grozni pelo atentado.
Sergei Stepashin, membro da delegação russa, disse acreditar que a ação foi perpetrada por grupos de rebeldes, para vingar a morte de parentes e amigos nos 18 meses do conflito tchetcheno.

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