São Paulo, quinta-feira, 13 de junho de 1996 |
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Bruno, de 50 dias, é festejado após ter alta
FABIO SCHIVARTCHE
Ele foi salvo no final da tarde de terça-feira, quando a equipe de resgate ouviu seu choro. O bebê estava embaixo de duas vigas de concreto que tombaram. A família ficou sem notícias dele por quase dez horas -das 12h15, momento da explosão, até as 22h. Só de madrugada Bruno foi localizado por uma tia, Valdeci Fátima Domiciana, 21. "Foi um alívio, pois não sabíamos se ele ainda estava embaixo dos escombros", conta Valdeci. As imagens mostradas diversas vezes pela tevê, em que Bruno era carregado nos braços por um bombeiro, emocionaram o país e ontem eram motivo de festa no bar que fica em frente à casa de Bruno, no Jardim Piratininga, em Osasco. Uma das últimas vítimas recolhidas, o bebê sofreu apenas ferimentos leves na cabeça -corte na bochecha e hematoma na nuca. Ele foi medicado pelo Hospital Regional de Osasco e depois encaminhado ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, de onde saiu ontem. Sua mãe, Vanda, 27, morreu na manhã de ontem, depois de ter sido operada no Hospital Montreal. Tales, 4, o outro filho de Vanda, continuava em estado grave, na noite de ontem. Ele teve traumatismo crânio-encefálico e fraturas nas duas pernas. A mãe, uma empregada doméstica que estava de licença-maternidade, havia levado as duas crianças ao shopping para passear. Segundo o pai de Bruno, Reginaldo Pereira da Silva, 22, que era "amigado" com Vanda, ela gostava de passear lá, "embora não tivesse dinheiro para comprar". Ronda Reginaldo soube da tragédia à noite, quando voltou do trabalho. "Eu vi a notícia na tevê, mas não imaginava que eles estavam no meio do pessoal", disse. "Só coloquei as mãos na cabeça e rezei." Ele percorreu vários hospitais de Osasco e São Paulo atrás do filho. Reginaldo passou a manhã de ontem no velório de Vanda, na casa de um parente. À tarde, com a chegada de Bruno do hospital, não ficou um minuto longe do bebê. Revoltado, ele acredita que o acidente foi "obra do destino". Outro bebê que escapou da tragédia é Marília Cecília Auada, 2, que almoçava com a família no shopping. Ela sofreu escoriações leves e está internada no Hospital Montreal, em observação. Segundo parentes de Marília, sua mãe, Mara, sofreu duas operações e continuava internada em estado grave, no Hospital das Damas, na noite de ontem. A irmã de Marília não se machucou e já teve alta. Texto Anterior: Jornal exagera total de mortos Próximo Texto: Guarda vai ajudar e acha 4 familiares mortos Índice |
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