São Paulo, quinta-feira, 13 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Santa Genoveva fica sem intervenção

SÉRGIO TORRES

SÉRGIO TORRES; RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Anunciada pelo ministro da Saúde, Adib Jatene, a intervenção conjunta dos governos federal, estadual e municipal na clínica Santa Genoveva não se concretizou. Os sócios da clínica continuam à frente do negócio.
Os profissionais do ministério e das secretarias de Saúde do Rio e do Estado do Rio que têm visitado a clínica se limitam a examinar documentos.
O tratamento dos pacientes não deixou de ser feito por médicos e enfermeiros contratados pela Santa Genoveva.
Balanço
Nos últimos dois meses, 98 idosos morreram na clínica, em Santa Tereza (zona sul do Rio).
Nem a anunciada transferência dos 238 pacientes para outras casas de saúde da região metropolitana do Rio havia acontecido até o fim da tarde de ontem.
Ontem, até as 17h, apenas um paciente havia sido transferido.
Uma ambulância do hospital Geral de Bonsucesso levou um idoso de nome não-revelado para a Casa de Saúde Piedade, na zona norte carioca.
Transferência
A representante do Ministério da Saúde no Rio, Maria Manoela, disse que ocorrerão pelo menos 70 transferências nos próximos dias: 50 para o hospital dos Servidores e 20 para o Pedro 2', especializado em casos psiquiátricos.
Maria Manoela afirmou que a clínica Santa Genoveva está sob intervenção.
'Estamos fazendo uma intervenção em tudo o que podemos intervir. Não temos meios legais para fazer além do que está sendo feito", afirmou ela.
Auditor-médico do Ministério da Saúde incumbido de vistoriar a Santa Genoveva, Thelman Madeira de Souza nega que a clínica esteja sob intervenção.
"Não foi feita intervenção. Viemos fazer um levantamento da situação e de documentos para preparar um relatório que até o dia 21 deverá ser entregue ao ministro da Saúde", afirmou Souza.
"Não sou polícia"
O secretário municipal de Saúde, Ronaldo Gazolla, é outro que não fala em intervenção.
"Não sou polícia, não sou Justiça. Não posso obrigar ninguém a entregar um documento. Só botando um revólver na cabeça. Mas não sou truculento, nem estamos em uma ditadura. Todos têm direito à defesa", disse Gazolla.
Na clínica, jornalistas continuam proibidos de entrar. Os sócios Mansur José Mansur e Eduardo Espínola têm ido à clínica todos os dias. Eles continuam dando as ordens aos funcionários.

Colaborou Roni Lima

Texto Anterior: Saiba como prevenir acidentes
Próximo Texto: Sócio queria se candidatar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.