São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996 |
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Governo estuda assumir riscos políticos
HELCIO ZOLINI
O risco comercial da operação será de responsabilidade da empresa seguradora, que deverá ser criada pela iniciativa privada exclusivamente para atuar no segmento de exportações. A medida integra o pacote de estímulos à exportação que está sendo preparado pela equipe econômica do governo. A Folha apurou que o governo pretende fixar critérios "objetivos e éticos", prazo e limites de cobertura, para que possa ser acionada a cláusula de risco político. Por exemplo, no caso de ocorrer uma guerra ou alguma mudança na orientação do governo do país importador, impedindo que os dólares cheguem à empresa exportadora. A Folha apurou também que o presidente Fernando Henrique Cardoso determinou ao ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo, Francisco Dornelles, que acelere os estudos em torno da recriação do seguro. Os técnicos do governo vêm examinando o assunto desde o ano passado. O projeto que cria a empresa está sendo coordenado pela Câmara de Comércio Exterior, ligada ao Palácio do Planalto. Dornelles não soube dizer se será possível anunciar a medida até o início do mês que vem, quando o Plano Real completará dois anos de existência. Os técnicos dos governo consultados pela Folha acreditam que a recriação do seguro poderá aumentar significativamente o volume das exportações brasileiras. Isso porque muitos negócios deixam de ser feitos devido às incertezas apresentadas por alguns mercados aos exportadores. O seguro para as exportações existiu até 1991 e era avalizado pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Ele acabou sendo extinto em função do rombo que provocou no Tesouro Nacional, devido à falta de critérios para a sua utilização. Café A medida foi discutida em café da manhã que reuniu, no Ministério do Planejamento, os ministros Dornelles e Antonio Kandir (Planejamento). Participaram os presidentes da Fiesp, Moreira Ferreira, da Anbide (Associação Nacional dos Bancos de Investimento e Desenvolvimento), Cristiano Buarque Neto, e do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), Marco Polo, além de Jorge Gerdau. Texto Anterior: O novo papel do BNDES Próximo Texto: CEF quer dar crédito a quem ganha acima de 20 mínimos Índice |
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