São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996 |
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Winona volta a crer na monogamia
PAULO VIEIRA
Com o namoro em crise e tendo por missão escrever uma tese que a toda hora modifica, Finn (Winona) decide passar o verão longe do namorado, na casa de sua avó. Lá encontrará um clube de senhoras que se dedica a coser colchas. A atividade é uma espécie de terapia para mal-amadas, que brasonam suas reminiscências amargas em uma grande colcha comunitária. Conheceremos com Finn o infortúnio de Sophia, que foi abandonada precocemente pelo marido, com os três filhos para criar; o de Em, cujo marido pintor fornicava com as modelos que retratava no ateliê dos fundos de sua casa; de Marianna, que viveu um flerte proibido em Paris. Tudo isso irá para a colcha, seja na forma da Torre Eiffel, de uma palheta de pintura ou de um corvo que guiou um antigo amor. As histórias que Finn ouve servirão para fazê-la crer novamente na monogamia, que sempre considerou contra a natureza humana. Ela até conseguirá rechaçar o assédio de um bonitão local, que lhe oferece morangos frescos e uma caixa torácica irresistível num de seus approachs. Se o roteiro peca por ser cinemão demais, convergindo para a solução de todos os conflitos históricos daquelas anciãs e limitando as possibilidades do espectador não chorar no cinema, é preciso dizer que o filme tem boas atuações, uma bela fotografia e sequencias de lirismo abrasivo, especialmente aquelas registradas na plataforma de uma piscina. A diretora australiana Jocelyn Moorhouse, de "A Prova", acredita que seu filme seria muito diferente dirigido por um homem. É pertinente. O que talvez ela não precisasse era lançar mão do corvo uma segunda vez para guiar Finn, então vestida pela colcha em questão, ao seu verdadeiro amor. Filme: Colcha de Retalhos Produção: EUA, 109 min. Direção: Jocelyn Moorhouse Com: Winona Ryder, Anne Bancroft, Ellen Burstyn Quando: a partir de hoje no Astor, Ipiranga 2, Ibirapuera 3, Top Cine e circuito. Texto Anterior: Estrela do cinema nazista dá sua versão da história Próximo Texto: Estrelas mantém Los Angeles em ordem Índice |
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